Depois de ter realizado o levantamento que culminou com a Instrução Normativa 4 - que disciplina a contratação de serviços de TI na admistração pública - o Tribunal de Contas da União (TCU) mantém um trabalho de conquista de servidores federais sobre a importância da norma, em vigor desde janeiro. Conquista relevante uma vez que, nas contas do ministro-auditor do TCU, Augusto Sherman Cavalcanti, o controle das atividades de TI desapareceu da administração pública em 15 anos.
"A atividade de controle desapareceu ao longo dessas décadas e ninguém percebeu. Tudo foi terceirizado", afirma Sherman, que nesta segunda-feira abriu mais uma série de palestras do Tribunal de Contas sobre o tema da TI no governo. Ele insistiu muito nos números encontrados pelo TCU entre 2007 e 2008, para defender a necessidade de adaptação dos órgãos públicos ao novo processo de contratação dos serviços.
"Em 2006, a União gastou R$ 6 bilhões em TI. Até o próximo ano teremos um novo levantamento. É muito dinheiro para não ser bem-aplicado", sustenta Sherman ao desfiar a análise de 255 órgãos da administração direta e indireta (eram 333, mas boa parte não respondeu ao questionário, ou o fez de forma incompleta).
Dos efetivamente pesquisados, 88% não possuíam plano de continuidade de negócios, 80% não realizavam classificação da informação, 75% não faziam análise de riscos em TI, 60% não realizaram auditoria de TI nos cinco anos anteriores, e 51% dos órgãos não alocavam gastos de TI com planejamento.
"As informações mais importantes do Estado brasileiro estão digitalizadas e guardadas em bandos de dados. Ainda assim, não havia, e praticamente ainda não há, preocupação com um plano de segurança dos dados", diz o ministro-auditor do TCU.
Ele acredita, porém, que os órgãos públicos vêm procurando se adequar à nova metodologia de contratos de TI, que pressupõe manter a gestão da atividade com servidores, portanto não terceirizável. "Do que o TCU tem acompanhado, todos estão se mexendo", completou.
* fonte: Convergência Digital
por :: Luís Osvaldo Grossmann
0sem comentários ainda