Os desenvolvedores do Fedora estão trabalhando para implementar a mudança sugerida de mover todos os arquivos da distribuição Linux armazenados nos diretórios /bin/
, /sbin/
, /lib/
e /lib64/
para subdiretórios equivalentes sob /usr/
. Links simbólicos vão garantir a compatibilidade com scripts e softwares que eventualmente forem pegos desprevinidos pela mudança.
A reestruturação foi sugerida pela primeira vez no ano passado, antes de ter sua inclusão determinada no Fedora 17. A equipe de desenvolvimento descartou desde então a ideia de mover todos os arquivos armazenados sob os diretórios /sbin/
e /usr/sbin/
para o /usr/bin/
e deletar os diretórios sbin.
As atualizações de pacotes que vão implementar a reestruturação estão sendo preparados em uma seção dedicada do sistema de compilação e serão transferidos para a árvore de desenvolvimento do Fedora Rawhide "em breve". O Rawhide é atualizado diariamente com as últimas compilações dos pacotes para o Fedora 17, que tem seu lançamento programado para maio desse ano.
Um initramfs especial vai mover os arquivos relevantes para sua nova localização nos sistemas dos usuários do Rawhide. Esse método também estará disponível para aqueles que usarem o Yum para atualizar seus sistemas para o Fedora 17 de uma das versões correntes da distribuição.
Apesar de não ser oficialmente suportado, muitos usuários experientes do Fedora podem realizar atualizações usando essa opção. Caso a atualização seja realizada tanto por uma mídia de instalação completa ou pelo PreUpgrade, o instalador vai realizar as mudanças necessárias.
Os desenvolvedores por trás da reestruturação vem relatando seu progresso na realização dessas mudanças em uma página wiki, que também elucida todo o plano, oferecendo explicações e os antecedentes dessa decisão. Lennart Poettering, que não está diretamente envolvido no projeto, recentemente postou um sumário de argumentos em favor dessa migração dos arquivos no wiki do systemd, mas ressaltou que o systemd também trabalhará com distribuições que optarem por continuar com a localização tradicional dos arquivos do sistema.
Nenhuma outra grande distribuição de Linux anunciou qualquer plano ou intenção de seguir o exemplo do Fedora, apesar dessa possibilidade ter sido discutida no OpenSUSE. Alguns usuários foram vocais em seu criticismo contra a mudança, por exemplos nos comentários ao artigo do site LWN.net sobre a ideia de Poettering.
Alguns dos críticos desse novo conceito consideraram a mudança supérflua, outros argumentaram que a organização atual torna possível ter um pequeno sistema de base localizado na partição root que então pode montar o resto do sistema armazenado sob o diretório /usr/
em um segundo disco ou através da rede. Embora isso seja verdade, há divergências quanto à praticidade ou significância dessa possibilidade. O sistema Solaris, por exemplo, abandonou essa possibilidade.
* fonte: Linux Magazine Brasil
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