Quando um pequeno escritório ou microempresa decidem migrar para o mundo do Software Livre, é preciso ter em mente que haverá uma tensão e algumas resistências.
Neste ambiente competitivo, a resiliência tem sido palavra de ordem nas corporações, e são fatores importantes na tomada de decisão dos diversos atores externos e internos. Não sendo diferente para este tipo de projeto, já que tem que envolver a empresa toda.
Para uma mudança deste porte, deveremos buscar a compreensão de sua importância para toda a equipe, afinal apesar do alinhamento com a visão estratégica do mercado, e de suas possibilidades de ganhos financeiros, de desempenho dos desktops e do melhor ambiente de trabalho, deverão ser criados grupos setoriais dentro do escritório, focados em dirimir o mais rapidamente possível as eventuais dificuldades dos colaboradores.
Mas não podemos esquecer que há outra grande vantagem que deve ser esclarecida, da melhoria sob a visão do meio ambiente, já que a forma com que se gerencia processos e memória (física ou virtual "swap") reduz o desgaste dos processadores e demais circuitos da placa-mãe; sendo que por vezes chega a 'reviver' máquinas que estavam condenadas ao lixo. Ampliando assim, as vantagens econômicas de tal ação, dando maior estabilidade aos equipamentos.
Desta forma, também colabora para o aumento da vida útil dos equipamentos, reduzindo os custos na aquisição ou troca das máquinas, o que permite redirecionar investimentos e alavancar lucros.
Porém, toda mudança gera incômodos, principalmente em conta do fato de que todos estamos habituados a fazer uso das ferramentas comerciais mais conhecidas.
Os empresários deverão atentar aos critérios para elaboração das estratégias de treinamento e focar na contratação de treinamentos com a finalidade de aproveitar ao máximo os potenciais dos Softwares Livres; tanto da distribuição Linux a ser escolhida, quanto do pacote de aplicações de escritório (OpenOffice por exemplo) que substituirão aos pacotes Microsoft Office.
Estes treinamentos, devem ser feitos antes do processo de migração para o conjunto de aplicações de Software Livre. E por mais óbvia que possa parecer esta afirmação, não foi o que ocorreu em algumas cidades, o que corroborou para a divulgação do mito sobre o “Linux ser mais difícil de trabalhar que o Windows” e depois de feito o estrago, fica extremamente difícil de reverter.
Estou acompanhando alguns casos em prefeituras, que fizeram um processo de migração para SL, sem qualquer treinamento, gerando desconforto e consequentemente impactando diretamente na satisfação das pessoas que trabalham como usuários finais.
Assim sendo, o acompanhamento de um profissional habilitado e conhecedor dos fatores de resistência, do ponto de vista empresarial, que possa trabalhar a questão da resiliência, mas com o conhecimento da tecnologia, são cruciais para o sucesso de todo projeto sério de migração para Software Livre.
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