"A disponibilização gratuita, sem necessidade de retorno, deve se inscrever nas práticas de compartilhamento como potência e não dar vazão à possibilidade de somar poder. Digo, a natureza das redes distribuídas, do torrent, p2p, não é o encontro entre emissores e receptores, mas o rompimento com o mito que torna o anonimato sem qualidade. O indivíduo, pra manter a crítica sobre os liberais, não tem no reconhecimento pessoal a fonte de sua propriedade, mas se vale (olha o valor!!) da memória social dos arquivos disponibilizados para acesso universal como terreno fértil para suas criações futuras."
https://lists.riseup.net/www/arc/submidialogia/2009-02/msg00281.html
"A gratuidade é uma disponibilização anônima ou de qualquer um. Em uma gratuidade anônima, os indivíduos são intercambiáveis. A circulação de bens ou de signos não é efetuada de uns para outros. Não há emissores nem receptores. A informação anônima, por exemplo, um agregado, um fundo comum, um bem que todo mundo pode ter porque ele está acessível a todos. Seu princípio não é o compartilhamento, nem a comunidade de informação, a troca de informação entre pessoas que se conhecem, mas a disponibilização sem espera de retorno e na indiferença face ao receptor. A informação anônima é produzida, difundida, coletada ou agrupada por não importa quem. Se se produzem encontros entre emissores e receptores, eles são breves e sem dia seguinte, sem identidade nem reconhecimento, sem enjeu nem projeto. As informações entram em conjunções temporárias induzindo a reagrupamentos aleatórios e provisórios, de emissores e de receptores em contextos de movimento. Em uma gratuidade qualquer, os indivíduos não são intercambiáveis: são não importa quem ou o quê, mas eles são eles mesmos, plenamente singulares. Há emissores concretos e receptores concretos (charnels). Os reagrupamentos se efetuam sobre modos intensivos e de afinidade, e não estatísticas ou aleatoriedade. O autor qualquer rompe com a ausência de qualidade do anonimato: ele se manifesta como potência."
http://blogs.metareciclagem.org/novaes/inventar-a-gratuidade/
"Palavrinha adorável, “grátis” nunca saiu de moda, mas alguns anos atrás pouca gente teria sido capaz de prever que a internet a transformaria em carro-chefe. Mera – e antiga, já registrada em 1502 – transposição para o português do latim gratis, é derivada do adjetivo latino gratus, que tem sentido ativo (“que agrada, que delicia”) e passivo (“agradecido, reconhecido”). A gratuidade traz do berço, portanto, a idéia de que aquilo que é oferecido livre de custo busca agradar, é um favor, geralmente em reconhecimento ao valor de alguém. O que significa dizer que, do outro lado do balcão, de frente para o grátis, existe sempre uma pessoa que deve se sentir grata."
http://profjoaomaria.spaceblog.com.br/122757/Etimologia-descubra-a-origem-de-gratis/
que delícia! :)
28 de Fevereiro de 2009, 0:00 - sem comentários ainda | Ninguém está seguindo este artigo ainda.
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