“Precisamos propiciar condições para que os educandos sociais ensaiem a experiência profunda de assumir-se em suas relações uns com os outros; assumir-se como ser social e histórico, como ser pensante, comunicante, transformador, criador, realizador de sonhos...”*
Tendo para isso, o jogo como recurso - a brincadeira literária de expressar-se interagindo com mídias livres e pensar-se presente na criação coletiva de histórias comunitárias.
Pela busca de estimular a leitura do mundo e a luta contra a condição de apenas seres-objetos, o que drasticamente impede a formação do sujeito-cidadão o Jogo proposto é baseado no jogo de interpretação de personagens (RPG)** presente na oficina como suporte para a construção coletiva de histórias elaboradas na interação dos personagens num meio real comunitário e ao mesmo tempo criado pelos “oficinandos”-atuadores que acabam encontrando-se como arte-empreendedores da sua comunidade.
“Afinal há uma pedagogicidade indiscutível na materialidade do espaço.”
Através da experimentação coletiva de teatralizar uma história comunitária com uma máquina revalorizada como meio comum, onde valores serão refletidos em diálogo e guardados-ecoados através de um livro produzido artesanalmente e lido-cantado-treatralizado na mimosa. No fim do projeto possibilitará uma espécie de avaliação-reflexão gerada na vivência.
Além disso, essa experiência pretende estimular a visão de pró-apreciação da tecnologia social e multimídia, em crianças e jovens com situação de desvantagem social na distribuição de bens urbanos, usando a reciclagem de materiais na construção do jogo de produção literária comunitária. Realizando o papel de cuidadores colaborativos do lugar que vivem e guardadores de “memórias” (conteúdos multimídias) que retratam a identidade coletiva manifestada artisticamente no grupo.
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* FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. São Paulo, Paz e Terra, 2001
** RPG é uma sigla em inglês que quer dizer "Role-Playing Game", Jogo de Interpretação de Personagens. Na verdade não se trata de um jogo, pois não há vencedores ou perdedores no RPG Comunativo, mas sim de uma forma de literatura interativa, em que a história é construída por todos os participantes. Em uma sessão de RPG, os "jogadores" recebem ou criam personagens cujas ações na história são decididas por eles.
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