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Frente Baiana pelo Direito à Comunicação

7 de Dezembro de 2009, 0:00 , por Software Livre Brasil - | Ninguém está seguindo este artigo ainda.
Esta comunidade é composta por ativistas e entidades que abordam a comunicação enquanto direito humano na Bahia e no Brasil.

Bahia na vanguarda da política de comunicação no Brasil

25 de Julho de 2011, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

Por Josias Pires para o Bahia na Rede

 

A Bahia é o primeiro estado brasileiro a criar um Conselho de Comunicação, em processo de implantação, de caráter deliberativo com a finalidade de formular e acompanhar a execução da política pública de comunicação social.

 

“A Bahia tem papel fundamental neste momento no sentido da participação popular na gestão da comunicação. Todos os estados têm expectativa do que acontecerá aqui”, afirmou o professor da Universidade de Brasília (UnB), Venicio Lima, um dos principais estudiosos da economia política das comunicações no Brasil, durante debate na sexta-feira (22)  no seminário “Marco Regulatório e Políticas Locais de Comunicação na Bahia”, realizado pela Frente Baiana pelo Direito à Comunicação, com o apoio da Secretaria de Comunicação Social da Bahia.

 

 

O professor acredita que “não devemos esperar muito das políticas nacionais na área da comunicação, mas sim das políticas locais”. Depois da Constituição de 1988 dez estados da federação incluíram nas suas constituições estaduais artigos sobre a criação de conselhos de comunicação. A Bahia é o primeiro estado que regulamenta a criação do conselho, que tem poder deliberativo sobre a formulação de políticas públicas de comunicação no estado e está em processo de implantação.

 

Ao contrário do que diz a grande mídia, contestou o professor, os conselhos de comunicação buscam ampliar o direito à comunicação, a ampliar a liberdade de comunicação, ou seja, a garantir que mais vozes da sociedade sejam ouvidas. No caso da Bahia, o Conselho terá 1/3 de representantes da sociedade civil, 1/3 de empresários e 1/3 de representantes do governo.

 

Venício Lima palestrou na mesa “Participação Social e Conselhos de Comunicação”, ao lado do secretário Robinson Almeida; e da doutora em Ciências Sociais e Políticas (Flacso), Gislene Moreira. E começou perguntando o “que está em jogo, do ponto de vista político, com a instalação de conselhos, como os de comunicação”? Perguntou para responder: “A democracia liberal representativa está em crise no mundo inteiro”.

 

No Brasil, continua, há tempos ocorrem movimentos isolados que apontam para a realização do desejo da democracia participativa, com a ampliação da participação popular na formulação e gestão de políticas públicas, como se vê na área da saúde e em experiências de orçamento participativo.

 

Tais perspectivas deságuaram na Constituição de 1988, que “consagra esta perspectiva de descentralização e dos conselhos”, fortalecendo os de saúde e estimulando os de educação, cultura e outros. Mesmo na Constituinte o conselho de comunicação não teve o mesmo tratamento que os demais. A comunicação não era visto como direito social, lembra Venício Lima.

 

Por isto é notável quando comparamos avanços na gestão pública compartilhada dessas políticas sociais – saúde e habitação, por exemplo, com todos os limites – com os das políticas de comunicações, onde as empresas continuam ditando as regras e fazem de tudo para deslegitimar o movimento pela democratização e evitar um novo marco regulatório para o setor. O código em vigor é de 1962, antes da TV a cores.

 

“A crise da democracia representativa está sendo evidenciada pelos movimentos que usam formas de comunicação alternativas como instrumentos de mobilização social. Tem algo acontecendo em relação à democracia representativa, como também a participação tem se manifestado por novos meios e novas formas de comunicação”, refletiu.

 

No caso do Brasil, acrescenta, “tudo isto ocorre em meio a uma história política refratária ao aprofundamento da democracia. O liberalismo brasileiro do século XIX não é democrático. A nossa democracia sempre foi excludente. A democracia participativa encontra resistência muito grandes no Brasil”, afirmou.

 

Aprofundando a crítica à ideologia liberal que circula no Brasil, Venicio Lima lembra que, no caso do debate da comunicação, o liberalismo brasileiro “faz o argumento inverso: qualifica o movimento de democratização de anti-democrático”, travando o debate sob o argumento de que as forças democráticas querem “censura”, numa evidente tentativa de manipular o debate.

 

Os liberais da política e da imprensa brasileira preferem desconhecer que a agência reguladora da radiodifusão nos Estados Unidos existe desde 1934. O recente episódio na Inglaterra com um dos jornais do Murdoch prova que a auto-regulação não resolve tudo no campo da imprensa, sem falar nos problemas do direito de resposta no Brasil.

 

Mas o foco agora é a regulação da radiodifusão (rádio e TV), pois o mercado tornou-se monopólio de algumas famílias e igrejas que têm menos bala na agulha do que as empresas de telecomunicações, que querem entrar no setor produzindo e distribuindo conteúdo não só para celulares como também entrando no mercado da tv comercial. A primeira regulação do setor é a do mercado. É o choque de capitalismo na mídia.



Banda larga e direitos humanos em debate na Bahia

25 de Julho de 2011, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

 

A Bahia no Plano Nacional de Banda Larga, mídia e direitos humanos foram os temas abordados na tarde desta quinta-feira (21/7) no seminário que debate marco regulatório e políticas de comunicação da Bahia. Uma das exposições mais esperadas foi a do professor cearense Fernando Carvalho, que falou sobre a experiência do Cinturão Digital do Ceará, projeto que ampliou a rede, a rapidez e o acesso à internet banda larga no estado.

 

A professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia, Maria Bonilla,iniciou a tarde de debates com um panorama sobre a questão do acesso a internet banda larga nas escolas. Segundo a professora, os dados mostram que menos da metade das escolas baianas têm de fato acesso à internet, seja por problemas técnicos ou pela falta de estrutura da rede ou por falta da instalação adequada dos equipamentos. Para ela, é necessária a adoção de medidas urgentes para a universalização do serviço, que tem função primordial na área de educação.

 

O debate prosseguiu com o diretor da Empresa de Tecnologias da Informação do Ceará, Fernando Carvalho, que falou um pouco da experiência cearense para quebrar o monopólio na transmissão de dados e ampliar o acesso à internet no estado. “Temos que estabelecer como critério básico o compartilhamento do tráfego de dados nos cabos de fibra ótica, pois a forma como isso é feito hoje só favorece o monopólio de algumas empresas privadas. É possível disponibilizar em um mesmo cabo dados e serviços de diversas operadoras e também seviços diferentes. Isso pode baixar o custo e potencializa os benefícios da rede”, afirma Carvalho.

 

Segundo Carvalho, sem a ajuda dos governos dos estados, o Plano Nacional de Banda Larga não terá muitos benefícios, pois o ideal seria usar a rede do governo para potencializar as redes secundárias locais, levando o serviços para as localidades e a população que não podem pagar pelo serviço. “O empenho do governador do estado foi fundamental para a implantação do Cinturão Digital, seja na tomada de decisão política para a implentação do projeto ou na prospecção de recursos para a implementação do mesmo”, acrescentou.

 

A primeira mesa foi encerrada por Marcos Aguiar, da Secretaria de Ciências e Tecnologia da Bahia, que é a resposnável pela política de inclusão digital do estado. “A Secretaria tem 183 Centros Digitais de Cidadanias em mais de 300 cidades. A idéia é levar conteúdo para estes Centros. Mas, temos também a intenção de usar os cabos do Plano Nacional de Banda Larga e ampliarmos o acesso á internet banda larga no estado. Para isso, nós estamos conhecendo a experiência de outros estados, como o Ceará. O entendimento da Secretaria é de que internet banda larga é infraestrutura e infraestrutura é função do governo”, ressaltou. 

 

Mídia e direitos humanos

 

A segunda mesa da tarde debateu mídia e direitos humanos e reuniu o secretário de Justiça e Direitos Humanos da Bahia, Almiro Sena; o professor do Departamneto de Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina, Marcos Ferreira; e a professora da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Suzy Santos.

 

Pesquisadora do conteúdo da mídia, Suzy falou da influência da tv aberta e da indústria musical do país, mostrando através de exemplos como a televisão contribui para naturalizar comportamentos preconceituosos e prejudiciais, principalmente em realção às mulheres e as crianças. A erotização precoce das crianças, a violência dioméstica e a desvalorização das mulheres foram alguns dos exemplos mostrados nos vídeos apresentados pela professora da UFRJ, que terminou sua apresentação conclamando os baianos a se manterem na vanguarda do debate sobre a mídia e começar a criar mecanismos para regulamentar o conteúdo da tv e das músicas, evitando assim os abusos.

 

O debate prosseguiu com a exposição de Marcos Ferreira, que também abordou a influência do conteúdo televisivo na sociedade brasileira, principalmente a propaganda voltada para o público infantil. O primeiro dia do seminário foi fechado pelo secretário de Justiça da Bahia, Almiro Sena, que em sua exposição mostrou vários exemplos de como a mídia é preconceituosa também em relação aos negros e às minorias.

 

O Seminário marco regulatório e políticas locais de comunicação na Bahia prossegue nesta sexta-feira (22/7), com mais duas mesas. A primeira sobre a participaçãoo social e Conselhos de Comunicação e a segunda, sobre radiodifusão pública. Entres os debatedores do turno da manhã, estão o secretário estadual de Comunicação da Bahia, Robinsom Almeida e o professor Venício Lima que realiza a sua segunda exposição no evento. O encontro será finalizado com uma plenária da Frente Baiana pelo Direito à Comunicação.

 

De Salvador,

Eliane Costa para o Portal Vermelho



Convite

14 de Julho de 2011, 0:00, por Software Livre Brasil - 55 comentários



Resumo do Seminário

14 de Julho de 2011, 0:00, por Software Livre Brasil - 1Um comentário

SEMINÁRIO MARCO REGULATÓRIO E POLÍTICAS LOCAIS DE COMUNICAÇÃO

Preparar a sociedade civil baiana para novo panorama das comunicações é o objetivo do Seminário Marco Regulatório e Políticas Locais de Comunicação. A atividade ocorrerá nos dias 21 e 22 de julho, a partir das 9h ocorrerá, no Hotel Pestana, localizado no bairro do Rio Vermelho em Salvador.


Quase quarenta anos depois o Brasil retorna a discussão para revisão completa do setor numa conjuntura de convergência tecnológica, novos modelos de negócios e também de reivindicações da sociedade civil para a pauta ser tratada como direito humano. Neste cenário, a Bahia e as organizações sociais locais e nacionais cumprem papel destacável a ser reforçado pelo Seminário.

 

No ano de 2008 a Bahia realizou a I Conferência Estadual de Comunicação, uma parceria entre governo e sociedade civil. Tal mecanismo estimulou o aprofundamento das políticas públicas no setor no estado, em particular, a regulamentação do Conselho Estadual de Comunicação pela Assembleia Legislativa da Bahia, em 2011, que tomará posse em agosto do mesmo ano. Em nível nacional, as ações locais também cumpriram papel impulsionador da democratização da área no país, em especial da I Conferência Nacional (Confecom) e o corrente debate sobre a renovação do marco regulatório.

 

Durante a atividade parlamentares federais e estaduais, acadêmicos, organizações sociais e gestores públicos vão se colocar sobre temas fundamentais na agenda política, por via de cinco mesas: A Confecom e o Marco Regulatório; Mídia e Direitos Humanos; a Bahia no Plano Nacional de Banda LArga; Participação Social e Conselhos e Comunicação; e Radiodifusão Pública.

A atividade é uma realização da Frente Baiana pelo Direito à Comunicação e tem como apoiador a Secretaria de Comunicação do Governo do Estado. A Frente é formada por cerca de 30 entidades que atuam de forma conjunta para o Estado avançar na políticas públicas para o setor.

 

Algumas entidades da Frente: CUT-BA, CTB, Intervozes - Coletivo Brasil de Comunicação Social, Cipó Comunicação Interativa, Barão de Itararé, Sinjorba, Sintterp, Sintel, Fórum de Comunicação da Região Sisaleira, Conselho Regional de Psicologia, ARPUB, FNDC, Abraço, Articulação Mulher e Mídia, ABCV-BA, Centro de Comunicação, Democracia e Cidadania da UFBA, Instituto de Mídia Étnica, ARCA, Fórum de Comunicação do São Franscisco, Portal Vermelho.

 

O quê: Seminário Marco Regulatório e Políticas Locais de Comunicação

Onde: Hote Pestana, Rio Vermelho.

Quando 21 e 22 e julho, a partir das 9h

Inscrição: Gratuita

Contatos: Pedro Caribé – Intervozes – 92611026 /Julieta Palmeira – Barão de Itararé – 99834335 / Nilton Lopes – Cipó – 81444513

 



Programação do Seminário

14 de Julho de 2011, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

 

Programação

 

 

 

Quinta-feira, dia 21 de julho

 

 

 

9:00h -Abertura - Presença Emiliano José, membro da Frente Parlamentar pelo Direito à Comunicação e Liberdade de Expressão com participação popular e  demais parlamentares estaduais e federais, representantes da Frente e do governo do estado.

 

 

 

10:00h –Mesa 1 - Confecom e Marco Regulatório – Representantes da Agência Nacional de Cinema (Ancine) e Ministério das Comunicações (Minicom)

 

 

 

12:00h – Almoço

 

 

 

1400h –Mesa 2 - A Bahia no Plano Nacional de Banda Larga – Secretário de Ciência e Tecnologia do Estado da Bahia, Paulo Câmera; Prof. Faculdade de Educação da UFBA, Maria Bonilla; e Diretor da Empresa de Tecnologias da Informação do Ceará, Fernando Carvalho.

 

 

 

16:00h –Mesa 3 – Mídia e Direitos Humanos – Prof. da Faculdade de Comunicação da UFRJ, Suzy dos Santos; Secretário de Justiça e Direito Humanos do Estado da Bahia, Almiro Senna; e Prof. Do departamento de Psicologia da UFSC, Marcos Ferreira.

 

 

 

 

 

Sexta-feira, dia 22 de julho

 

 

 

10:00h –Mesa 4 – Participação Social e Conselhos de Comunicação – Secretário de Comunicação do Governo da Bahia, Robinson Almeida; Doutora em Ciências Sociais e Políticas pela Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (Flacso-México),Gislene Moreira; e Prof. Da Universidade de Brasília, Venício Lima.

 

 

 

12:00h – Almoço

 

 

 

14:00h –Mesa 5 – Radiodifusão Pública – Presidente da Associação Brasileira das Emissoras Públicas, Educativas e Culturais, Póla Ribeiro; João Jorge, membro o Conselho Curado da Empresa Brasil de Comunicação; e Luiz Felipe Stevanin, mestre pela Faculdade de Comunicação da UFRJ.

 

 

 

16:00h – Plenária da Frente Baiana pelo Direito à Comunicação



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