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Serviços livres para quem não quer ser mais um cativo

17 de Fevereiro de 2014, 12:43 , por Adriano Araújo Duarte - | Ninguém está seguindo este artigo ainda.
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Recentemente começou uma discussão acalorada no Br-Linux.org sobre o movimento de Software Livre no Brasil e a chamada "Geração Ubuntu". Apesar do posicionamento radical e o ataque frontal à Canonical, desenvolvedora da popular distribuição GNU/Linux, algumas colocações são pertinentes e me fizeram pensar - e pesquisar - acerca de alternativas livres para os populares aplicativos Web controlados por megacorporações estadunidenses, como Google, MSN e Skype.

A grande celeuma está focada nos aspectos de privacidade e de liberdade. De fato, após as ocorrências do caso Snowden, fartamente divulgadas pela mídia tradicional e amplificadas pelas declarações e ações, conclusas ou não, do governo Dilma, muitos usuários, especialmente aqueles ativistas mais ferrenhos da causa do Software Livre, começaram a atacar os provedores de serviços mais fortemente do que já faziam. A questão com a Canonical está ligada diretamente com o seu modelo de negócios, que se utiliza de ferramentas e aplicativos considerados proprietários e/ou que representam uma ameaça à privacidade de seus usuários, como pesquisas patrocinadas pela Amazon. Sobre as redes sociais, este pequeno artigo e seus comentários são bem interessantes.

Em uma parte do seu texto, base deste presente artigo, o autor e ativista Anahuac de Paula Gil faz a seguinte conclamação: "Deveríamos ter mais GNU e menos Linux, mais Zimbra e menos Gmail, mais Duckduckgo e menos Google, mais Diáspora e menos Facebook." Sinceramente, eu pouco sabia ou me lembrava desses serviços e resolvi pesquisar sobre o assunto, além de procurar serviços disponíveis gratuitamente que pudessem substituir aqueles que geralmente utilizo no meu dia a dia. 

Comecemos pelo webmail, de longe um dos serviços mais utilizados pelos usuários finais. Após muita procura, consegui encontrar o que queria: um webmail gratuito que pudesse substituir minhas contas do GMail e do Hotmail. O serviço chama-se OpenMailBox. Ao invés do Zimbra, utiliza Postfix, que também é Software Livre. Além disso, oferece bons serviços de filtro anti-spam (Spamassassin) e antivírus (Clamav). Oferece inicialmente 250 MB de espaço, mas que pode ir aumentando sob demanda. Outra solução que também só utiliza SL é o Mailoo. Sua vantagem é oferecer espaço de 1 GB, mas em compensação não possui filtro de vírus.

Serviço de Busca - tenho experimentado nos últimos dias o DuckDuckGo, que pode ser facilmente configurável em seu navegador - não testei ainda no Chrome(ium) mas, se é pra sair das garras do Google, é melhor usar algum outro navegador não-proprietário, como o Firefox ou o Arora - e posso dizer que ele não deve nada ao seu mega concorrente. Com uma vantagem: nada daquelas indicações chatas na lateral da pesquisa nem links patrocinados, o que já é uma bênção.

Vídeo Chat - muitos usuários são cativos do Skype, recentemente adquirido pela Microsoft. A importância do Skype para a Microsoft é tanta que ela simplesmente sepultou o antigo MSN Live e mesclou toda a plataforma de mensagens instantâneas e vídeo chat no Skype. O que poucos sabem é que esse serviço de mensagens, vídeo e telefonia está começando a receber competidores a altura e, o que é melhor, gratuitos. O primeiro a despontar nesse segmento é o Talky.io. Ele utiliza a tecnologia WebRTC (Web Real-Time Communication), desenvolvida pelo Google (que abriu o código do mesmo) e em vias de padronização pela IETF e pela W3C, para fazer do seu navegador web uma plataforma de comunicação completa. O Talky.io não exige assinatura nem cadastro. Basta dar nome a uma sala de conversação, repassar o endereço do link da sala criada para as pessoas que pretende contatar, autorizar o uso da câmera e começar a conversar! O serviço é suportado apenas nos navegadores Firefox e Chrome(ium).

Redes Sociais - essa é uma seara que se desenvolve cada vez mais. Embora o Facebook seja o mais conhecido, existem miríades de serviços espalhados pela Web, como o outrora soberano Orkut, o Google+, o MySpace, o LinkedIn e o Ning, além das redes de relacionamento tipo Badoo. A tendência desses serviços é se tornarem cada vez mais especializados, focados em um público distinto, fugindo do generalismo dos grandes servidores e seus consequentes inconvenientes, como aplicativos e joguinhos chatinhos que os amigos (da onça) adoram nos convidar a participar. Nesse segmento, o próprio Anahuac disponibiliza o Diaspora*Brazil, POD (servidor) do serviço em língua portuguesa. Na mesma linha do Diaspora* está também o Friendica. Ambos os serviços oferecem servidores descentralizados e mantidos por colaboradores, sem o envolvimento nenhuma grande corporação. Segundo comentários de usuários, o Friendica é mais maduro para o usuário final, permitindo compartilhamento com outras redes sociais (inclusive as "do mal") e também mais simples de instalar e manter para aquele que deseja criar um servidor de rede social só seu.

Microblog - quase todo mundo tem uma conta no Twitter para ficar por dentro das novidades - e besteiras - ditas por todo mundo. Mas também nesse ambiente existem alternativas abertas e livres. A mais importante delas é o identi.ca, que agora faz parte de uma plataforma maior chamada pump.io. Esta plataforma agrega rede social, microblogging e outros serviços, que ainda estão sendo desenvolvidos. Para usar o serviço, é preciso se registrar em um dos servidores federados que fazem parte da rede do pump.io. Um deles é o microca.st.

Blog - nesse quesito, o grande concorrente do Blogger da Google sempre foi e sempre será o Wordpress. A Automatic oferece um serviço de hospedagem baseado em Wordpress que é referência nesse segmento, embora não seja o único em sua categoria. Neste artigo em inglês é possível ver pelo menos mais cinco serviços também baseados na plataforma livre.

 

Fontes: