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Fork, remix ou spin: qual é a sua, meu rei?

26 de Janeiro de 2012, 0:00 , por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda | Ninguém está seguindo este artigo ainda.
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Nos comentários dos blogs sobre GNU/Linux volta e meia aparecem as velhas discussões sobre a existência de um número muito grande de distribuições, que isso enfraquece o movimento, que os desenvolvedores deveriam se concentrar em um ou outro medalhão que se firmou no mercado, que distros nacionais são natimortas, que distros estrangeiras são geniais, e blá blá blá...
O fato é que nem sempre aquilo que nos é oferecido pelos desenvolvedores ou pela comunidade nos atende plenamente e as quatro liberdades do Software Livre nos convida à customização, para que estejamos plenamente (ou ao menos razoavelmente) satisfeitos com os softwares que temos para nosso uso.
Dando um exemplo prático, eu comecei a me interessar por programas voltados à pintura digital, edição de imagens e Desktop Publishing. Praticamente todas as distros atuais oferecem ferramentas voltadas para essa área, mas não são focadas. O Ubuntu Studio, por exemplo, é mais voltado para a edição de áudio e vídeo. Além do que, eu gostaria que a distro fosse mais enxuta, a interface gráfica fosse mais leve que os dominantes KDE e Gnome, houvesse suporte ã minha mesa digitalizadora e tivesse um ar mais brazuca.
Os críticos de plantão certamente me lançariam pedras por estar fazendo derivação de trabalho, deixando de ajudar uma distro maior, de estar sendo egoísta, que eu deveria usar Ubuntu, etc. Ao dizerem isso, estão tolhendo a minha liberdade de escolha, ao imporem o seu ponto de vista e os seus interesses. Pouco importa se só eu penso dessa forma: existe uma demanda e ela deve ser atendida. E a equipe da distro original não tem o mínimo interesse de me atender, por razões óbvias.
Se resolvo pegar um .iso de uma distro conhecida e colocar a mão na massa, as críticas aumentam e a torcida pelo meu fracasso também. Nem mesmo posso dizer que estou criando uma distro nova. No máximo, estou criando um remix. Mas poderia ser um fork. Ou um spin. Qual a diferença? Tive que pesquisar um bocado pra achar alguma coisa que explicasse...
Em geral a gênese de uma distro novata é outra distro maior, com o qual compartilha os repositórios. Quando a comunidade de desenvolvedores e mantenedores aumenta, ela cria sua própria base de pacotes, tornando-se cada vez mais distante e independente da distro original. Quando isso acontece, é dito que foi feito um fork da distro original. Um exemplo emblemático disso é o Mageia, fork do Mandriva, surgido após a primeira grande crise financeira da distro franco-brasileira. Criado pelos ex-funcionários da Mandriva, o Mageia se mantém fiel à base do Mandriva 2010, lançado antes do Mandriva passar ao controle de acionistas russos e adotar as inovações do Rosa (leia-se Rossa) Lab. Forks geralmente ocorrem quando há discordância no seio da comunidade, provocando o racha.
Quando uma distro lança versões alternativas oficiais de si mesma, estas passam a ser spins. Esse termo é usado pelo pessoal do Fedora para referir-se às suas versões específicas com KDE, a voltada para games, a multimídia tipo o Ubuntu Studio, etc. Note que a distro permanece a mesma, utiliza os mesmos repositórios da distro original, etc. Apenas seu .iso é customizado.
Semelhante ao spin é o remix. A diferença é que no remix a equipe mantenedora geralmente não é a mesma da distro original, embora possa ser apoiada e até encorajada por eles. É o caso da maioria das distros novas que pululam por aí, atendendo a todos os gostos e preferências. E seria o meu caso, se eu tivesse começado a montagem da minha distro personalizada. Outro exemplo seriam as .iso produzidas no SuSE Studio, que nesse caso são versões customizadas do OpenSuSE geradas via Web pelo próprio usuário. Serviria para mim, caso o OpenSuSE tivesse suporte à minha tablet gráfica.
É claro que existem também distros originais que não são oriundas de nenhuma outra, possuem sistema de empacotamento próprio e até filosofia única. Mas estas exigem uma equipe mais técnica e uma dedicação bem maior para sua manutenção.
Pretendo montar meu remix a partir do Mandriva 2011, caso ele permaneça ativo. Há quem sonhe com uma volta da distro brazuca Conectiva, o que seria uma boa, pois nos meus planos está o uso do gerenciador de janelas WindowMaker, criado pelo brasileiro Alfredo Kojima.
Abraços livres!


Tags deste artigo: fork spin remix distro linux

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