O Fórum da Cultura Digital Brasileira é um espaço público e aberto voltado para a formulação e a construção democrática de uma política pública de cultura digital, integrando cidadãos e insituições governamentais, estatais, da sociedade civil e do mercado.
PNBL: relatos da reunião do Fórum Brasil Conectado estão disponíveis
26 de Agosto de 2010, 0:00 - sem comentários aindaParticipamos presencialmente de duas das 11 sessões temáticas do Fórum Brasil Conectado, que aconteceram de 24 a 26 de agosto, em Brasília. Os relatos estão disponíveis no blog PNBL: Formulação Participativa, nos links abaixo:
Com a colaboração de membros da rede, enviamos propostas para quatro sessões temáticas:
Sessão temática 3: parâmetros de qualidade para a banda larga
Sessão temática 5: estímulo às indústrias e aos serviços nacionais
Sessão temática 7: Plano Incentivado
Sessão temática 11: integração com programas de governo
A próxima reunião do Fórum Brasil Conectado será no final de outubro. Até lá, temos tempo de consolidar novas ações e desenhar contribuições a serem levadas aos dirigentes do Programa Nacional de Banda Larga. A discussão é fundamental para a cultura digital brasileira e neste momento faz-se necessário um trabalho de sistematização das contribuições a partir da cultura para que a apropriação da rede por parte dos cidadãos seja de fato levada em consideração na formulação da política pública. Não acham? Sugestões são muito bem-vindas no blog do PNBL.
Debates Cultura e Pensamento acontecem até novembro em 8 cidades do país
11 de Agosto de 2010, 0:00 - sem comentários aindaDe agosto a novembro, os oito debates selecionados pelo edital Cultura e Pensamento 2009/2010 serão realizados presencialmente nas cidades: Belém/PA, Brasília/DF, Registro/SP, Rio de Janeiro/RJ, Salvador/BA, São Paulo/SP e Uberlândia/MG e transmitidos ao vivo pela internet (veja abaixo a programação).
Lançado em novembro de 2009, o edital de debates aconteceu em duas etapas, tendo seu resultado divulgado ao fim do mês de maio. Ao todo, serão destinados cerca de R$ 720 mil para a realização dos debate. O objetivo do Programa é fortalecer espaços públicos para o diálogo e reflexão de temas relevantes na contemporaneidade, O Programa Cultura e Pensamento é uma iniciativa do Ministério da Cultura, com o patrocínio da Petrobras, realizada em parceria com a Fundação de Apoio à Pesquisa e Extensão (Fapex).
PROGRAMAÇÃO DOS DEBATES
1. ENTREMUNDOS – Povos e Comunidades Tradicionais no Brasil
Local do evento:
Registro (SP) – Estoril Palace Hotel: Autopista Régis Bittencourt, Km 442
Datas: 23, 24, 25 e 26 de agosto de 2010
Curadores: Flávio Bassi Junior, Roberto Adrian Ribaric e Aderval Costa Filho
Produtora: Associação Núcleo Oikos
Site: http://www.ocarete.org.br/entremundos
Ciclo de debates inédito, que busca, numa perspectiva de formação coletiva, promover um diálogo plural sobre grupos étnicos no país de hoje. Proposto pela Ocareté, em parceria com o Núcleo Oikos e a Rede Puxirão, será realizado no Vale do Ribeira/SP. Aliando métodos de educação popular aos debates, as discussões partem da capacidade que esses grupos têm de se recriarem à sua própria imagem a partir de uma crescente leitura entre mundos, para revelar suas razões ancestrais capazes de fazer frente aos desafios da atualidade. O objetivo dos debates é colaborar para a compreensão crítica de outros modos de ser e estar no Brasil, para que este se alargue de modo a permitir que nele tenham lugar, de fato, todos os mundos.
2. PRODUÇÃO, DISTRIBUIÇÃO E CONSUMO CULTURAL: A INDÚSTRIA CULTURAL DO SÉCULO XXI
Local dos eventos: São Paulo/SP – Teatro da Aliança Francesa
Datas: 10/09, 15/09, 20/09, 04/10, 13/10, 25/10, 01/11, 10/11 de 2010
Curadores: Ricardo Musse, Afrânio Mendes Catani, Renato de Sousa Porto Gilioli
Produtora: Associação Escola da Cidade – Arquitetura e Urbanismo
O projeto consiste na realização de ciclo de debates sobre indústria cultural com nomes proeminentes da intelectualidade, destacando mudanças na produção, distribuição e consumo cultural na contemporaneidade, desdobramentos culturais, sociais e históricos desses campos no século XXI e suas implicações para a atuação de agentes, formuladores e executores de políticas culturais. Serão examinados os limites e potenciais democratizantes e ambiguidades da indústria cultural na atualidade. Beatriz Sarlo (Argentina), Néstor García-Canclini (México), Cláudio Assis (Olinda), Gabriel Cohn (São Paulo), José Miguel Wisnik (São Paulo), Vladimir Safatle (São Paulo), Silviano Santiago (Rio de Janeiro), Robert Kurz (Alemanha) e Venício Lima (Brasília) abordarão questões teóricas e gerais, bem como domínios específicos como cinema, literatura, música, publicidade, mídias tradicionais, TV e internet.
3. CORPO-IMAGEM NAS RELIGIÕES DE ORIGEM NEGRA (CORPO-IMAGEM DOS TERREIROS)
Locais dos eventos:
Brasília (DF) – Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília
São Paulo (SP) – Ação Educativa, Barra Funda
Rio de Janeiro (RJ) – Ilê Omulu e Oxum
Salvador (BA) – CEAO – Centro de Estudos Afro-Orientais da UFBA
Datas: 23/09, 28/10, 11 e 18/11/2010
Origem da proposta: Brasília/DF
Curadora: Denise Conceição Ferraz de Camargo
Produtora: Empresa Livre Assessoria de Comunicação e Informática Ltda.
4. III CONGRESSO FORA DO EIXO
Local dos eventos:
Uberlândia/MG – Anfiteatro da Uniube, Av. Rondo Pacheco, 2000, B. Lídice, Centro
Datas: 10 a 15/10/2010
Origem da proposta: Uberlândia/MG
Curadores: Talles Pereira Lopes, Lenissa Lenza Campos, Ioshiaqui Shimbo, Carolina Tokuyo Rodrigues
Produtora: PONTO E VÍRGULA INICIATIVAS CULTURAIS LTDA
Site: www.congressoforadoeixo.wordpress.com
Fundado em 2005, o Circuito Fora do Eixo tornou-se um movimento da cultura brasileira, que hoje conta com 50 coletivos em todo o Brasil, trocando tecnologias e conhecimentos cotidianamente. O Congresso Fora do Eixo é uma das maiores ações do Circuito Fora do Eixo e seu histórico vem demonstrando grande capacidade de aglutinar e mobilizar grupos para discussão e criação de mecanismos dinâmicos de atuação na área cultural. Em 2010, o III Congresso Fora do Eixo terá como anfitrião o Coletivo Goma, de Uberlândia-MG, e por uma semana receberá diversos debatedores que abordarão temas ligados ao universo da cultura brasileira, dentre os quais: economia criativa, artista e mercado musical, tecnologia social, empreendedorismo e economia solidária, e como fomentar as discussões sobre políticas públicas para a cultura. O congresso será aberto aos Pontos Fora do eixo e a quaisquer interessados no tema.
5. ESBOÇO PARA NOVAS CULTURAS: PROJETOS DE CIDADES EM DEBATE
Local dos eventos: São Paulo/SP – Centro Cultural São Paulo – Sala Zero
Datas: 21 a 30 de outubro de 2010 (São Paulo)
Origem da proposta: São Paulo/SP
Curadores: Graziela Kunsch e Paulo Miyada
Produtora: PRESSA Editoração e produção cultural LTDA-ME
Este conjunto de debates é uma das atividades em torno do projeto editorial da revista Urbânia 4, em desenvolvimento, focado em projetos de cidades. Muitas cidades crescem e se transformam sem que alguém tenha pensado em seu projeto, no entanto, diversas foram as oportunidades em que indivíduos e coletivos se debruçaram sobre a possibilidade de projetar novas cidades, modelos de espaço urbano comprometidos com modelos sociais e culturais. Ao reunir (e confrontar) esses projetos a revista Urbânia 4 se propõe a investigar onde se localizam as utopias e as distopias hoje, de modo a estimular a construção coletiva de outros imaginários. Objetiva-se que os debates animem uma reflexão sobre o que as cidades poderiam ter sido e, fundamentalmente, sobre o que ainda podem se tornar. Foram eleitas sete cidades como assunto dos debates presenciais: Brasília, Havana, Recife, São Paulo, Luanda, New Babylon e Assentamento Ireno Alves/Vila Barrageira. Para cada uma dessas discussões os editores da revista Urbânia 4 escolheram um debatedor e um editor/coletivo editorial de uma revista independente de arte e/ou arquitetura. Este editor/coletivo editorial propôs um novo debatedor para a situação – a partir do repertório de colaboradores de sua própria revista e tendo em mente um embate crítico – e irá atuar na referida mesa como mediador. Esta dinâmica objetivou descentralizar e democratizar o processo de escolha dos participantes das discussões e valorizar o papel das revistas independentes na formação de uma crítica cultural radical.
6. AMAZÔNIAS: PAISAGENS, NARRATIVAS, SENTIDOS
Local dos eventos: Belém/PA – Auditório David Mufarrej, da Universidade da Amazônia, Centro
Datas: 25 a 27 de outubro de 2010
Origem da proposta: Belém/PA
Curadores: Josebel Akel Fares, José Guilherme Fernandes e Paulo Jorge Nunes
Produtora: Central de Produção – Cinema e Vídeo da Amazônia
Ciclo de debates acerca de interpretações da Amazônia em diferentes aspectos. Para esta ação, pretende-se (a) promover um espaço de discussão sobre a diversidade cultural amazônica, a partir de produtores e de pesquisadores da matéria; (b) registrar em áudio e vídeo as discussões, bem como vulgarizá-las na mídia, a fim de que um maior número de interessados tenha acesso aos resultados; (c) publicar, mediante editoras das instituições envolvidas, cadernos com resultados dos debates, para que componham acervo e currículo das IES. A proposta é assinada pelas três maiores instituições de ensino superior do Pará: a Universidade Federal do Pará (UFPA), a Universidade do Estado do Pará (UEPA), a Universidade da Amazônia (UNAMA) e conta com a colaboração da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), da Universidade de Brasília (UNB), da Universidade de São Paulo (USP) e da Pontificia Universidad Católica del Perú. Assim, por meio deste ciclo de debates, espera-se promover a integração da produção acadêmica e artística e que se proponham ações parceiras para o desenvolvimento da região. Almeja-se também realizar outros fóruns de debates, ampliando a representação dos Estados da região e os segmentos da sociedade envolvidos nas áreas de cultura e educação.
7. CORPOCIDADE: DEBATES EM ESTÉTICA URBANA 2
Locais dos eventos:
Rio de Janeiro/RJ – Centro de Artes da Maré e Auditório Arquimedes Dias e Memória da Faculdade de Arquitetura UFRJ
Salvador/BA – Espaço Cultural Alagados e Faculdade de Arquitetura da UFBA
Datas: 20, 21 e 22 (Rio de Janeiro) e 27, 28 e 29 (Salvador) de novembro de 2010
Origem da proposta: Salvador/BA
Curadores: Fabiana Dultra Britto, Paola Berenstein Jacques e Margareth Aparecida Pereira
Produtora: Ritos Produções de Eventos
Propõe discutir e testar articulações possíveis entre CORPO e CIDADE como estratégia de redesenho das suas condições participativas no processo de formulação da vida pública em que estão implicados, buscando alternativas ao problema da degradação da experiência pública nas cidades contemporâneas e empobrecimento da experiência corporal urbana de seus habitantes decorrentes do processo de espetacularização das cidades. Enfocando conflito e dissenso no espaço público, os debates abertos ao público serão resultantes de uma experiência de construção da própria matéria a ser debatida, que será realizada nas favelas da Maré (RJ) e Alagados (BA) com participação dos habitantes locais e debatedores convidados entre professores, estudantes e artistas.
8. PERFORMANCE, CORPO, POLÍTICA E TECNOLOGIA
Locais dos eventos:
Brasília (presencial) – FACULDADE DE ARTES DULCINA DE MORAES, Brasília, DF
Florianópolis/SC (on line) – SDS E, bloco C. n 30/60. Edifício FBT, Universidade do Estado de Santa Catarina – Av. Madre Benvenuta, 2007 – Itacorubi
Salvador /BA(on line) – UFBA, Escola de Belas Artes – Rua Araújo Pinho, 212 – Canela
Rio de Janeiro/RJ (on line) – Escola de Artes Visuais Parque Lage, Rua Jardim Botânico, 414
Datas: 24, 25 e 26 de novembro de 2010
Origem da proposta: Brasília/DF
Curadores: Maria Beatriz de Medeiros e Maicyra Teles Leão e Silva
Organização: Corpos Informáticos
Produtora: Olhar multimídia e propaganda LTDA.
Este debate-encontro visa discutir a linguagem artística da performance, campo híbrido da arte contemporânea: corpo, coletivo, cidade e tecnologia, ou seja, a relação temporal e efêmera dos corpos no espaço, potencializada por tecnologia, como atitude política. As questões a serem debatidas girarão em torno de: a performance como linguagem artística híbrida; a performance como atitude política; a tecnologia como potencializadora da performance; as micropolíticas do corpo. Os debates e performances serão realizados em Brasília, na Faculdade Dulcina de Moraes. Todas as atividades serão transmitidas on line via UStream. A Escola de Artes Visuais, Rio de Janeiro, a UDESC, Florianópolis e a UFBA, Salvador receberão o público para efetiva participação nos debates e open spaces. Informações: performancecorpopolitica@gmail.com
Tecnologias para “corporificar” experiências em vídeo: entrevista com a artista digital Mariana Manhães
9 de Agosto de 2010, 0:00 - sem comentários aindaPost publicado por Thiago Carrapatoso em: http://culturadigital.br/artedocibridismo/2010/08/06/a-preservacao-de-vasos-falantes-em-museus/
Existe um limiar entre o que deve ser estruturado com sentido lógico e o que deve ser um mundo lúdico em algumas obras de arte. Há as obras políticas, militantes, e há aquelas em que a beleza ou a imaginação puxam o espectador para uma outra vivência.
As obras de Mariana Manhães trabalham com o lúdico e usam as tecnologias (hardware mesmo) para “corporificar” as experiências em vídeo. Os trabalhos da artista são construídos a partir de objetos do cotidiano (como bules e açucareiros), um baita trabalho de edição (ela me mostrou a timeline em um editor de vídeo e, meu, são milhares de recortes de uma mesma imagem para compor um gesto de um objeto) e liberdade à imaginação para fazer os sons – ou vozes.
Os trabalhos não nasceram para ser interativos. Por mais que eles se movimentem e pareçam chamar o público para participar, como diz a própria autora, eles são autistas.
Eu vejo um objeto desses, eu imagino… é como se a máquina fosse um vocabulário possível para ele, sabe? É meio abstrato o que eu vou falar, mas é como se a língua deles, a linguagem deles, acontecesse através desse organismo que se move por causa deles. E eles interagem só entre si. Isso também é uma coisa importante. Tem gente que acha que o meu trabalho é interativo. Ele não é interativo em uma maneira objetiva. É claro, ele interage porque o público, de uma certa forma, se insere naquela situação na qual tem coisas ali que estão conversando. Ele não entende muito bem o que está acontecendo, mas sabe que tem alguma coisa, alguma comunicação que ele não entende de primeira, mas tem algo acontecendo ali. Ele se insere no trabalho, mas ele não é um trabalho interativo, em que a pessoa faz um movimento… não tem sensor de movimento. É, os trabalhos são autistas, eles só conversam entre eles.
Mariana ainda tem cuidado de criar manuais de preservação para as suas obras. E é algo que todos os artistas, principalmente os que mexem com tecnologia, poderiam ter. A preocupação de Mariana não é apenas para que a obra esteja em funcionamento quando exposta em uma galeria ou adquirida por um colecionador. Ela está pensando no futuro, quando possivelmente algumas pessoas usadas em seus trabalhos não possam mais ser substituídas.
E isso é um ponto também importante para os museus que começam a se interessar por esta vertente artística. As obras não devem ser apenas expostas, como se fosse somente problema do artista se elas parassem de funcionar. Elas devem ter manutenção constante. É uma lástima ir a uma exposição como o FILE e ver que, depois de dois dias, diversas obras não funcionam mais. Apenas por não haver a preocupação por mantê-las.
Se para a pintura, escultura e arquitetura existem centros apenas focados para isso, por que não começar a pensar um para a arte e eletrônica?