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Comunidade do Fórum da Cultura Digital Brasileira

19 de Julho de 2009, 0:00 , por Software Livre Brasil - | Ninguém está seguindo este artigo ainda.

O Fórum  da Cultura Digital Brasileira é um espaço público e aberto voltado para a formulação e a construção democrática de uma política pública de cultura digital, integrando cidadãos e insituições governamentais, estatais, da sociedade civil e do mercado.


CEU de Colatina (ES) tem experimentações para espaço hacker e rádio

16 de Abril de 2015, 13:26, por Cultura Digital - 0sem comentários ainda

Colatina, no Espirito Santo, fica situada no noroeste do estado, é conhecida pelo calor, pelo pôr do sol e se destaca na economia pela produção têxtil e agrícola. É também uma das cinco cidades brasileiras que estão recebendo dois projetos selecionados na primeira etapa do LabCEUs – Laboratórios de Cidades Sensitivas. São os projetos LCD – Lab[oratório] de Cultura Digital e Fala Livre, que estão acontecendo no CEU que fica no bairro Columbia.

O programa LabCEUs, de ocupação dos laboratórios multimídia dos Centros de Artes e Esportes Unificados (CEUs), é promovido através da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), por meio do InCiti – Pesquisa e Inovação para as Cidades, em parceria com o Ministério da Cultura.

Conheça um pouco das iniciativas:

LCD – Desde o início de março o LCD – Lab[oratório] de Cultura Digital deu início às suas atividades no CEU Columbia. As ações acontecerão até o mês de junho, no laboratório multimídia, provocando um pensamento crítico sobre os conceitos de tecnologia, implementando um espaço hacker e um laboratório de metareciclagem.

As atividades têm por objetivo estimular o aprendizado em rede e colaborativo, e fortalecer a cultura do conhecimento livre. De acordo com Eduardo Novaes, idealizador da proposta, os encontros começaram passando uma perspectiva de autonomia e proatividade para os participantes. “Como nosso foco tem sido em cima de tentar passar essa noção de que o CEU é um espaço dos participantes, da comunidade, uma das primeiras coisas que propus no primeiro encontro foi uma formação de equipes, para que eles possam de fato se apropriar do laboratório”, contou.

A princípio, foram formadas três equipes. Uma de doação de lixo eletrônico, que vai organizar os equipamentos e dispositivos cedidos, convergindo com a formação de um laboratório hacker; outra equipe ficou responsável pela documentação, em fotos e vídeos, das atividades do lab; e a terceira produz conteúdo para as redes sociais, que são tanto as livres, como Diáspora, como as proprietárias, como Facebook e Instagram. Todas as atividades são monitoradas pela equipe responsável pela ocupação.

Os encontros do LCD têm acontecido às terças, quintas e sábados, das 18h às 21h. Saiba mais: http://culturadigital.br/lcdcolatina.

Fala Livre – Oficinas de rádio que trazem discussões sobre a importância desse veículo de comunicação, articulando a importância da cultura, da educação e da cidadania são o principal objetivo do projeto Fala Livre, que teve início neste mês de abril, no CEU Columbia. Ao longo dos encontros, serão exploradas ferramentas em software livre para edição de áudio e ferramentas de transmissão pela internet, possibilitando a produção de obras e ideias sonoras.

Já no primeiro encontro, os jovens se envolveram em conversas sobre o papel do rádio, entrevistas e a construção de um protótipo de sistema de som, com material reciclado, para uma rádio poste no Centro de Artes e Esportes Unificados (CEU).

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O responsável pelo Fala Livre, Paulo José Lara, mais conhecido como Pajé, explicou que as ações estão sendo desenvolvidas de maneira a envolver a comunidade e a gestão num projeto que possa ter continuidade após o término da ocupação. “A ideia é que a gente consiga estabelecer parcerias para manter um universo vivo depois que o projeto acabar. E também temos essa expectativa de apropriação do conhecimento, para fortalecimento deles enquanto coletivo, bairro, comunidade”, falou Lara.

As atividades do Fala Livre seguem até o final de maio. Mais informações no: http://culturadigital.br/falalivre.



Sobre a Reutilização Criativa de Acervos Digitalizados do Patrimônio Cultural

9 de Abril de 2015, 18:58, por Cultura Digital - 0sem comentários ainda

Post originalmente publicado em Melissa Terras’ Blog
Tradução livre de José Murilo

Embora exista uma grande quantidade de conteúdos do patrimônio cultural digitalizados e disponíveis on-line, ainda é incrivelmente difícil encontrar bom material para reutilização em projetos criativos. O que as instituições podem fazer para ajudar as pessoas que querem investir seu tempo em criar e produzir utilizando acervos históricos digitalizados como fonte?

etsy O Jardim das Delícias Terrenas (‘The Garden of Earthly Delights’), remixado em produtos na Etsy

Ao longo dos últimos meses tenho me tornado cada vez mais obcecada com a questão da reutilização criativa de conteúdos digitalizados do patrimônio histórico e cultural. Vivemos numa época em que a maioria das galerias, bibliotecas, arquivos e museus estão a digitalizar coleções e colocá-los on-line para promover o acesso, sendo que alguns deles (como o Rijksmuseum, LACMA, The British Library, e o Internet Archive) têm liberado conteúdo com licenciamento aberto para encorajar ativamente sua reutilização. Vivemos em uma era em que se tornou cada vez mais fácil manipular conteúdo digital, reprocessá-lo, remixa-lo, produzir novos conteúdos, torná-los objetos físicos (com muitos servicos fotográficos comerciais oferecendo infinitas possibilidades de impressão digital, e serviços globais de manufatura em escala assistidos por tecnologias de operação via rede).

 Qual relação a digitalização dos conteúdos do patrimônio histórico e cultural teria com o movimento Maker? Onde estão as pessoas que acessam as coleções de imagens online como a da Europeana ou da coleção de lustrações de livros do Internet Archive que poderia dizer … “Fantástico! O tio Henry adoraria uma toalha de chá com esta imagem.. Acho que vou fazer alguns presentes de Natal com base nessa coleção!”

 Eu não sou a única pessoa interessada nisto: A British Library está monitorando seu projeto ‘Public Domain Reuse in the Wild’, buscando saber onde e como o lote de 1 milhão de imagens publicadas no Flickr em domínio público estão sendo utilizadas. No momento, eles mantêm manualmente uma lista de projetos criativos que as pessoas têm desenvolvido com o seu conteúdo. E as pessoas estão re-utilizando o material digitalizado: dê uma olhada no serviço comercial de impressão de tecido Spoonflower e você poderá ver como as pessoas estão baixando imagens licenciadas em creative commons da Wikipedia e criando formas de imprimi-las em toda uma gama de materiais e objetos para reutilização criativa.

 No Spoonflower, as pessoas estão remixando imagens, proporcionando oportunidades para projetos criativos, que brincam com objetos do patrimônio disponíveis, usando-os como fonte de criação e inspiração, embora muitos não cheguem a citar a fonte da imagem utilizada como base para o padrão de seu tecido, torcendo para que estejam em domínio público. Dê uma passada na Etsy, e você poderá ver (como a ilustração acima mostra) imagens de alta resolução do patrimônio artístico e cultural plasmadas em porta-copos, corpetes, pulseiras, almofadas, capas de telefone, jóias, etc. – são ‘mash-ups’ e remixes que resultam em novas criações, todas à venda (embora, novamente, a informação sobre a origem das em geral não é clara, e existem óbvias violações de direitos autorais acontecendo em alguns casos).

 Mas de maneira geral, fico imaginando o porque deste tipo de uso criativo das coleções digitais disponíveis on-line não ser mais difundido — por que não vemos nesta área a “revolução #Maker”, onde todo mundo está voltando ao velho “faça você mesmo”? “Achei umas imagens ótimas de domínio público no Wikimedia, e encontrei um alfaiate na Etsy para confeccionar a roupa com a imagem”. Ou mesmo ver mais empresas comerciais fazendo uso deste conteúdo como base para as suas coleções de moda, utensílios e decoração. Existem agora no âmbito da União Européia  programas e iniciativas para fomentar o intercâmbio entre os “vários sub-setores das indústrias criativas e a infra-estrutura pública de museus, galerias, bibliotecas, orquestras, teatros e similares“, e fundos para “a colaboração entre os pesquisadores de artes e humanidades e as empresas criativas“, etc etc. Neste novo contexto, permitir a reutilização de seu conteúdo provavelmente irá favorecer a reputação de suas coleções digitais — mas o que as instituições por seu lado precisam fazer para garantir que o conteúdo digitalizado que levou tanto tempo para ser construído seja utilizado de forma ainda mais intensiva?

 Fiquei realmente impressionada quando na Conferência DH 2014 (Humanidades Digitais), pude ver que Quinn Dombrowski tem um guarda-roupa inteiro feito com tecidos projetados a partir de imagens do patrimônio cultural em domínio público, e isso me inspirou a pensar: eu também deveria ser capaz de fazer isso. Eu deveria encontrar algo que está digitalizado e on-line, que eu realmente goste, que eu possa acessar, que eu possa reprocessar (remodelar), e daí fazer algo que eu deseje e de fato queira fazer uso. Que massa! Entretanto, o resto deste post documenta a minha pura frustração com o estado atual dos arranjos de conteúdo digitalizado on-line, especialmente para as pessoas que querem de alguma forma reutilizar e reprocessar o conteúdo disponibilizado.

 Antes de começar: quero deixar claro que eu sou inteiramente favorável a iniciativas como do Rijksmuseum, do LACMA, da British Library, e do Internet Archive, em fazer com que todo o seu conteúdo livre de direitos autorais esteja disponível gratuitamente para qualquer um utilizar. Esta é absolutamente a coisa certa a fazer, e eu devo louvá-los por isso (existem, é claro, muitas instituições que ainda não tornaram o seu conteúdo livre de copyright e digitalizado disponível para reuso, e estas merecem). Mas com essa advertência em lugar, vamos abordar algumas frustrações de alguém que busca nas coleções do património cultural digitalizado, imagens realmente interessantes, prontas para a reutilização em diferentes possibilidades (envolvendo ou não o pagamento pelo uso – nosso interesse não é apenas a obtenção de material gratuito, mas a possibilidade de obtenção de conteúdos do patrimônio cultural reutilizáveis). O cenário não é bonito.

 

  1. Muito conteúdo, interfaces medíocres

Viva! Quanta coisa online! A Europeana tem agora mais de 30 milhões de itens on-line a partir de 2000 instituições! Flickr Commons tem uma tonelada de material on-line! Em paraleo à iniciativa Commons, o Flickr agora está sendo usado para hospedar dezenas de milhões de objetos digitais do patrimônio cultural, publicado por milhares de instituições! Mas, para um usuário, navegar ou pesquisar este material de maneira significativa é quase impossível, simplesmente porque a interface do Flickr é muito pobre (e na maioria das vezes o conteúdo não é tagueado corretamente, tornando as imagens difíceis de serem encontradas). E se as instituições não usarem o Flickr? Não tente me convencer com estes sistemas de gerenciamento de conteúdo, e suas interfaces “amigáveis”, como o Aquabrowser, ou DigiTool (calafrios). A não ser que você saiba exatamente o que está procurando, é incrivelmente difícil para um usuário navegar e visualizar conteúdos – e há um monte de ‘lixo’ nestes repositórios para ser peneirado. Encontrar imagens decentes que sejam interessantes do ponto de vista do design é uma tarefa demorada e altamente frustrante. Falo de alguns meses de frustração tentando navegar (na maior parte sem sucesso) pelos conteúdos que o setor do património cultural gastou milhões para colocar online.

Sugestão: As instituições deveriam aplicar recursos (poucos) para contratar pessoas com algum tipo de formação gráfica ou de design, para ajudar a classificar as milhares ou milhões de imagens e apresentar aos seus usuários uma coleção com curadoria de algumas centenas de peças que estejam em condições de serem utilizadas. Agregue alguns pacotes de imagens prontos para download, de arte, logos, barcos, trens, etc. “Aqui estão 10 ótimas imagens de bruxas que você pode experimentar!” Neste momento, as instituições estão fazendo com que os usuários trabalhem muito duro para classificar conteúdo no palheiro digital e encontrar a agulha interessante, utilizável. Não admira que grande parte do conteúdo não é utilizado – as pessoas simplesmente não conseguem encontrá-lo, ou são afugentadas por sua interface horrorosa antes de encontrar aquele desejado ‘diamante’ digitalizado.

 

  1. Os grilhões do direito autoral, parte 1: Estética.

As imagens livres de direitos autorais que são disponibilizadas on-line para uso gratuito estão fora da cobertura do copyright (dã..), o que significa que são conteúdos de um determinado período histórico: geralmente pré-1920 (de acordo com leis de direitos autorais de cada país). Existe muito conteúdo disponível nessas condições, mas uma enorme quantidade é da era Vitoriana, que apresenta uma estética particular. Isso é ótimo se você estiver interessado em Steampunk (confira as primeiras páginas do feed do Flickr para imagens de livro do Internet Archive e você verá o que quero dizer), mas … após ter rolado por grande quantidade deste material, você pode concluir que nada chega a interessar. Meu interesse está no design do meio do século 20, o que me coloca em uma categoria totalmente diferente de usuário: aquele que vai terá que buscar permissão para a reutilização de itens ainda cobertos por direitos de autor, caso a instituição não tenha resolvido tais questões antes de publicar on-line. Que saco!. Isso não será tão fácil como inicialmente pareceu.

Sugestão: As instituições deveriam selecionar alguns itens cobertos por direitos autorais que são realmente muito procurados e reutilizáveis, e preparar para o acesso e reuso de seu público sob licenças variadas. “Aqui estão 10 fabulosas ilustrações de 1950 que organizamos para você usar sob uma licença creative commons!” (Há algumas dessas coisas até no Flickr Commons, mas é a minoria). Eu entendo que esta iniciativa demanda recursos, mas realmente, as instituições poderiam estar liderando o caminho no sentido de tornar as imagens de itens selecionados ainda cobertos por direitos autorais disponíveis e utilizáveis, para incentivar o reuso e a criatividade. Ou – pelo menos – tornar os processos para desobstrução de direitos autorais um pouco mais claro para os usuários. As informações disponíveis sobre o tema são muito superficiais, para dizer o mínimo, e é frequentemente impossível até mesmo descobrir o e-mail quem nas instituições estaria responsável pela liberação de direitos.

 

  1. Os grilhões do direito autoral, parte 2: Covardia.

Agora vamos deixar de lado o maravilhoso trabalho de quem está bravamente tornando suas coleções disponíveis para reutilização, e facilitando o licenciamento para que possamos criar sobre estes conteúdos, e abordar a maioria das instituições que não fazem isso. Digamos que você pensa … “eu gostaria de criar alguns dos meus próprios artigos de papelaria! Já sei, vou lá na Europeana, e pegar algumas logos legais de envelopes velhos, e imprimir alguns blocos de notas pessoas com as logos (não para vender, apenas para meu próprio uso!)”. Há atualmente 6.563 imagens rotuladas como “envelope” na Europeana. O licenciamento para estas – o que você pode ou não reutilizar – é incrivelmente confuso. Apenas 60 desses itens foram colocados em domínio público. Eu não tenho nenhum problema com instituições que querem atribuição quando suas imagens são reutilizadas – é claro que não – e você pode fazer isso com 592 imagens (embora … existe a questão da viabilidade de fornecer atribuição em um tecido, ou uma almofada, ou um espartilho, ou uma pulseira, etc).

Meu problema é com a quantidade desses itens digitalizados que permitem o acesso, mas não a reutilização das imagens. Sério, por que não? O que você está com medo? Que alguém vai postar o conteúdo no Photobox (outros serviços de impressão fotográfica comerciais estão disponíveis) e confeccionar alguns blocos de notas? Que alguém vai fazer um espartilho daquelas imagens e vendê-lo no Etsy? Francamente, se o seu material está liberado de direitos autorais, e se você não tem o conhecimento, ou não pode dar ao luxo de contratar um designer gráfico para transformar as imagens de envelopes de suas coleções em produtos comerciais, deseje boa sorte para quem tem, e pode. Eu não entendo por que você iria colocar imagens de coisas antigas on-line e dizer para os usuários “Você não pode utilizar. De jeito nenhum”. Do que você tem medo? (Eu estou presumindo aqui que as pessoas não vão usar imagens digitais quando eles não têm persmissão de fazê-lo. O que um total nonsense. As pessoas vão baixar e usar de qualquer maneira).

Ok, você diz que copyright é um tema complexo, envelopes são manuscritos, manuscritos nunca saem de copyright, blá, blá, até que a vaca tussa. Mas por que não deixar que as pessoas reutilizem o seu conteúdo digital, e desejar boa sorte para elas. Sério, o que de pior poderia acontecer? Quel algo de seu arquivo decole viralmente e torne-se outro meme “Keep Calm and Carry On“? Mas, realmente: a sua instituição não adoraria ser a fonte de um desses, e dessa forma entrar para a posteridade?

Sim, eu encontrei uma boa imagem de um envelope que eu queria usar em alguns blocos de notas, mas não consegui obter permissão para fazê-lo (daí escolhê-la como um exemplo). Vou tratar de licenciamento e pagamento de licenças de imagem em outro post (eu não tenho nada contra este caminho, pois meu interesse é reutilizar a imagem de forma legal, mesmo se eu tiver que pagar custos de licença para fazê-lo).

Em todo o mundo, as instituições estão a digitalizar o conteúdo do patrimônio cultural e disponibilizá-lo on-line com licenciamento restritivo, o que significa que os usuários não podem fazer nada com ele (pelo menos não sem passar por caminhos tortuosos ou impossíveis, ou usá-lo de forma ilegal). Não pode usá-lo em um post de blog. Não pode imprimi-lo em um cartão de aniversário feito em casa. Não pode fazer para sua avó um porta-chaves com a imagem. Não pode fazer para um estudioso que é um especialista neste campo, uma caneca com a imagem impressa como presente de aposentadoria. Isto parece absolutamente maluco para mim – e um completo desperdício dos recursos limitados no setor. Que tipo de “acesso” você pensa que está realmente fornecendo, se tudo que você oferece é “olhe mas não toque”?

Sugestão: se você não irá monetizar seus conteúdos, apenas torne-o disponível para reutilização, com uma licença generosa. Vá em frente!

 

  1. Qualidade da Imagem

Tudo que eu quero é uma imagem clara do item digitalizado, com 300dpi (ou superior). Não adianta dizer “este é de domínio público!” se você só fornece a imagem em 72dpi: ninguém pode fazer nada com isso, exceto publicá-lo em outra página web. Apenas disponibilize a imagem com resolução razoavelmente alta, e me deixe ir brincar com ela. Oba! Grande parte do material em “domínio público” encontra-se disponibilizado em muito baixa resolução, o que impede as pessoas de usar as imagens para fins criativos. Talvez esse fosse o seu plano o tempo todo (ha ha! Vamos colocar isso online, mas apenas em baixa resolução! Que vai frustrar esses fabricantes de espartilho!), Mas a sério, 300 dpi. Deixe o povo fazer o download assim!

Um outro ponto: se você estiver usando algoritmos para cortar (crop) lotes inteiros de imagens para puiblicação no Flickr, por favor, certifique-se de que as configurações estão corretas e o algoritmo funciona, para não cortar demais em algumas coisas. Eu entendo que tratam-se de procedimentos para racionalizar eficiência e capacidade de armazenamento – você não quer armazenar dezenas de milhões de pixels em branco e ficar refém de pagamentos por conteúdo vazio – mas se você cortar muito rente, as imagens tornam-se inutilizáveis. Outra razão que eu parei de olhar para imagens no feed do Flickr para imagens de livro do Internet Archive foi que todas as imagens que me interessaram estavam raspadas. Eu sei! Eu devo fazer uma montagem dessas frutas e vegetais velhos.. exceto que esta maçã está cortada na parte inferior, estas cenouras estão faltando parte do seu topo, esta maçã está cortada ao meio, assim como estes pêssegos. Obrigado por me oferecer tudo isso gratuitamente, mas é inutilizável para fins criativos, a menos que você possa me dar a ilustração completa, e não uma imagem que tenha sido cortada em suas bordas.

Sugestão: 300 dpi, pelo menos. E viva o amor!

 

  1. Verificar o privilégio fabricante

Vale apenas lembrar que você e sua instituição podem estar tornando algum conteúdo disponível gratuitamente, mas ainda é realmente muito caro para as pessoas fazerem algo criativo com o conteúdo. Especialmente se estamos falando de impressão digital com tiragens pequenas, para a confecção de itens individuais. É preciso investimento significativo de tempo e recursos para processar um arquivo TIFF e transformá-lo em, digamos, uma almofada (ou um espartilho). Eu não estou totalmente certo sobre o que estou tentando dizer aqui para provar meu argumento (não é para isso que serve um post de blog?) … mas talvez esteja tentando compensar a sensação das instituições de estar oferecendo seus acervos em troca de nada: usuários reutilizando as imagens digitais de suas coleções estão empregando tempo significative e muitas vezes dinheiro para reprocessá-las em algo diferente. Torna-se co-criação, em vez de mera duplicação. Ou alguma coisa. Certamente não é uma atividade que está acessível para aqueles sem as habilidades para fazer a manipulação da imagem (apesar de muitos recursos de publicação estarem acessíveis em sites de impressão de imagem digital comerciais: se você quiser fazer qualquer coisa que se desvia da impressão muito simples, ainda leva tempo e esforço para configurar). Ainda são requeridos habilidade e recursos e, por vezes, treinamento e, provavelmente, o talento para fazer algo de bom e que as pessoas vão querer a partir de algo que alguém já digitalizou, o que muitas vezes leva uma enorme quantidade de tempo.

Fui surpreendida pela quantidade de tempo gasto na seleção e preparação de itens antes de chegar ao estágio de enviar algo para a loja de impressão. Então, vamos todos seguir neste reino de respeito e adoração mútua, ok? Ame o fornecimento online de imagens digitais de alta qualidadede do patrimônio cultural: ame as pessoas que têm as habilidades de costura para fazer os espartilhos. (Há também considerações éticas se as pessoas começa a enviar imagens de alta resolução de itens a serem transformados em produtos em contextos internacionais de produção “mais barata”, mas eu não tenho certeza como isso pode ser abordado por licenciamento de imagem).

Sugestão: Coisas maravilhosas podem acontecer quando as pessoas trabalham com conteúdo institucional digitalizado! de vez em quando.

 

Conclusão

De maneira sintética, aqui apresentamos o que as instituições podem fazer se desejam que sues usuários realmente utilizem seus conteúdos digitalizados:

  • Disponibilize material com direitos de domínio público para incentivar a reutilização. Vá em frente! De que você tem medo?
  • Forneça imagens de 300 dpi, no mínimo.
  • Realize curadoria sobre pequenas coleções de coisas ótimas para as pessoas reutilizarem. Apresente tais coleções como pacotes de download “obter todas as imagens de uma só vez”, com documentação relacionada aos direitos de uso, como atribuir referência à instituição, etc.
  • Pense cuidadosamente sobre a sua interface web para os usuários. Você já tentou usá-la? Funciona? As pessoas podem procurar e encontrar o material? De verdade?
  • Certifique-se que a qualidade da imagem é boa, antes de colocá-la online. Não corte pedaços das ilustrações.
  • Torne a informação sobre direitos autorais mais clara. Oriente o processo de licenciamento para o material protegido por direitos autorais, e busque fornecer pequenas coleções com os direitos já equacionados, para permitir que alguns materiais do século 20 possam entrar na brincadeira da reutilização.

O que nós queremos? Coleções selecionadas de imagens de 300 dpi de conteúdo do patrimônio cultural, livre e facilmente disponível com claras diretrizes de licenciamento e atribuição! Quando queremos isso? No ano passado!

E sobre mim, e a minha tarefa? Será que eu consegui encontrar algo que eu gostasse, que eu pudesse acessar, reprocessar, e fazer algo que eu deseje e possa utilizar? Depois de alguns meses vasculhando colecções digitalizadas on-line, eu finalmente tropecei em algo que eu adorei, que foi enviado para a gráfica na semana passada. Eu estou esperando pela caixa postal ao longo dos próximos dias, na esperança de que o meu investimento em tempo e recursos tenha valido a pena: Eu não posso esperar para vê-lo. Mas isso, meus amigos, é para outro post. E, enquanto isso, deixo-vos com esta conclusão: as instituições podem fazer muito mais para ajudar aqueles que desejam utilizar conteúdos digitalizados de forma criativa.

Melissa Terras é professora de Humanidades Digitais no Departamento de Estudos da Informação da University College London, e Diretora do Centro de Humanidades Digitais da UCL. Leciona o tema ‘digitalização’, e sua pesquisa pesquisa enfoca o uso de técnicas computacionais para permitir pesquisas na área de humanas que de outra forma seriam impossíveis.

 



Debate sobre Marco Civil da Internet é prorrogado

8 de Abril de 2015, 14:23, por Cultura Digital - 0sem comentários ainda

Post originalmente publicado aqui

O debate sobre a regulamentação do Marco Civil da Internet, previsto inicialmente para ser encerrado nessa terça-feira (31), foi prorrogado até dia 30 de abril.

A decisão levou em conta o volume significativo de novas pautas criadas na última semana. Das quase 300 pautas criadas pelos usuários, mais da metade foi gerada nos últimos dois dias. Além disso, foi levado em consideração os pedidos dos participantes para a extensão do debate.

Veja os gráficos:

balanco_marco_graf_2

 

balanco_marco_graf_3_VALE

 

Balanço

O debate público teve início no dia 28 de janeiro e em dois meses, mais de 25 mil pessoas acessaram a plataforma gerando 120 mil visualizações de página. Através do endereço marcocivil.mj.gov.br, 1500 pessoas se cadastraram para participar do debate, que já conta com mais de 700 contribuições.

balanco_marco_graf_1

O tema que mais esquentou o debate girou em torno da neutralidade de rede, princípio que garante a isonomia dos pacotes de dados que trafegam nela. Vigente desde junho de 2014 no Brasil, as exceções à sua aplicação, ficaram para ser regulamentadas pelo decreto presidencial que está em debate. Outros pontos a serem regulamentados são a privacidade na internet e a guarda de registros.

Participação

O Marco Civil da Internet é consagrado por ter sido inovador no processo de construção com ampla participação popular. A regulamentação dessa importante lei da internet brasileira buscou seguir os mesmos moldes da criação do projeto de lei realizado em 2009.

Comparando os dois processos, Gabriel Sampaio, Secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, destacou:

“Estamos muito felizes com o engajamento da sociedade civil, academia e empresas no debate. É importante ver a participação da sociedade como um processo contínuo. Tanto isso é verdade que apenas nessa fase da regulamentação, já tivemos mais visitas à plataforma do que nas duas fases do debate público da lei em 2009.”



SAI Secretaria de Articulação Institucional divulga compilação do primeiro “Diálogos em Rede”

7 de Abril de 2015, 12:43, por Cultura Digital - 0sem comentários ainda

A Secretaria de Articulação Institucional do Ministério da Cultura (SAI-MinC) apresentou na terça-feira 7/4, a compilação dos resultados do primeiro debate público da série “Diálogos em Rede”, realizado na terça-feira 25/4, sobre o novo modelo de participação social no MinC.

Durante os meses de abril e maio as 8 premissas em debate poderão ser discutidos aqui na plataforma Cultura Digital, no blog Diálogos em Rede, são elas:

Os “Diálogos em Rede” consistem em debate interativo com a participação de personalidades importantes do âmbito cultural e são transmitidos em tempo real pela internet. A proposta é realizar essas conversas em cada uma das cinco regiões do País. A primeira foi em Brasília. As próximas serão nos estados da Bahia, Rio de Janeiro, Roraima e Rio Grande do Sul.
Concluídos os debates, o MinC utilizará a síntese das discussões como base para uma gestão cultural colaborativa com a criação do Gabinete Digital, a reformulação do Conselho Nacional de Políticas Culturais e a definição de um novo modelo para a Conferência Nacional de Cultura.

Confira a íntegra da compilação (PDF).



SAI ecretaria de Articulação Institucional divulga compilação do primeiro “Diálogos em Rede”

7 de Abril de 2015, 12:43, por Cultura Digital - 0sem comentários ainda

A Secretaria de Articulação Institucional do Ministério da Cultura (SAI-MinC) apresentou na terça-feira 7/4, a compilação dos resultados do primeiro debate público da série “Diálogos em Rede”, realizado na terça-feira 25/4, sobre o novo modelo de participação social no MinC.

Durante os meses de abril e maio as 8 premissas em debate poderão ser discutidos aqui na plataforma Cultura Digital, no blog Diálogos em Rede, são elas:

Os “Diálogos em Rede” consistem em debate interativo com a participação de personalidades importantes do âmbito cultural e são transmitidos em tempo real pela internet. A proposta é realizar essas conversas em cada uma das cinco regiões do País. A primeira foi em Brasília. As próximas serão nos estados da Bahia, Rio de Janeiro, Roraima e Rio Grande do Sul.
Concluídos os debates, o MinC utilizará a síntese das discussões como base para uma gestão cultural colaborativa com a criação do Gabinete Digital, a reformulação do Conselho Nacional de Políticas Culturais e a definição de um novo modelo para a Conferência Nacional de Cultura.

Confira a íntegra da compilação (PDF).



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