O Brasil será pioneiro na transmissão intercontinental de cinema em super alta definição. Coordenada por professores e pesquisadores da Universidade Presbiteriana Mackenzie, a transmissão do primeiro longa-metragem digital finalizado com tamanha qualidade de imagem, por redes de fotônica (fibra ótica), acontecerá no dia 30 de julho, durante a 10a edição do File – Festival Internacional de Linguagem Eletrônica, que será realizada entre os dias 28 de julho e 30 de agosto, no Centro Cultural Fiesp Ruth Cardoso.
Com resolução de 4K (o equivalente a cerca de 8 milhões de pixels), o dobro de um filme digital convencional, o longa-metragem “Enquanto a Noite não Chega”, dirigido por Beto Souza e Renato Falcão, será projetado no Brasil e transmitido em tempo real, sem nenhuma perda na qualidade da imagem, para as Universidades da Califórnia, nos Estados Unidos, e de Keio, no Japão. “É a primeira transmissão deste porte já realizada no mundo”, afirma a professora Jane de Almeida, coordenadora dos cursos de mestrado e doutorado em Educação, Arte e História da Cultura do Mackenzie, que pesquisam novas linguagens e estéticas a partir de meios de comunicação inovadores, entre eles o “cinema do futuro”. Jane lidera os esforços brasileiros para que esta façanha tecnológica se concretize, ao lado de pesquisadores dos cursos de mestrado e doutorado em Engenharia Elétrica do Mackenzie, “área à qual pertence um dos laboratórios de fotônica mais avançados do país”, diz o professor Eunézio de Souza (Thoroh), coordenador do Laboratório de Fotônica do Mackenzie, que coordena a parte física da rede KyaTera para conexão a um complexo emaranhado de redes de fibras óticas interligadas ao redor do mundo. Participam ainda do Projeto pesquisadores da USP, Unicamp, RNP (Rede Nacional de Pesquisa) e ANSP (Advanced Network of São Paulo), distribuídos em diversas áreas de atuação. Para Thoroh, o desafio agora é massificar o acesso a esta tecnologia. “As imagens em super alta definição podem ser transmitidas ao vivo por causa das redes óticas que operam com taxas de 1 a 20 Gbps, praticamente restritas às universidades e instituições de pesquisa”, observa o pesquisador. Um exemplo destas redes no Brasil é a plataforma KyaTera da FAPESP, que se conecta ao enlace internacional da ANSP e RNP, o que permite acesso a quase todas as redes de pesquisa de altas taxas do mundo como, por exemplo, o GLIF (Global Lambda Integrated Facility). “Pode-se assim realizar experimentos de forma colaborativa com grupos participantes destas redes. Um exemplo de futura aplicação seria a captura de imagens por telescópios do Observatório Gemini, no Havaí e no Chile, que poderão ser vistas por astrônomos brasileiros em tempo real por meio de um ciberobservatório para imagens de altíssima definição”, completa. Serviço FILE – CINEMA DIGITAL
Assessoria Instituto Presbiteriano Mackenzie |
Mackenzie coordena transmissão transcontinental de cinema
25 de Julho de 2009, 0:00 - sem comentários ainda | Ninguém está seguindo este artigo ainda.
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