Enquanto debatemos o futuro da mídia na era digital, com análises, projeções e observação (e precisamos mesmo fazer isso!) jovens de todo o mundo produzem conteúdo, inovam em tecnologia e protagonizam projetos, criando o futuro pelo presente constante.
Conheço centenas de projetos voltados à participação de adolescentes na cultura digital, em geral com o objetivo de ‘incluí-los’, ‘formá-los’, ‘engajá-los’, ‘conscientizá-los’. Seria bastante presunçoso menosprezar a importância dessas iniciativas e ignorar que muitas delas possibilitam acesso a conhecimentos, a redes e a oportunidades que não batem todo dia em nossa porta.
No afã de pensar projetos bacanas para a juventude, acabamos muitas vezes não conhecendo quem está inovando de maneira autônoma - por exemplo, desenvolvendo código antes dos 10 anos de idade (para a maior parte da minha geração, isso é simplesmente impensável - o máximo que tínhamos era acesso a telas verdes de computador em que manipulávamos alguns joguinhos).
Para muitos adolescentes hoje, certas habilidades são intuitivas e certos ‘trabalhos’, diversão. Poderia chamar de “meta-atividades”? Fazem, da criação de um jogo, um jogo em si, uma brincadeira. Desenvolvem um código para conhecer outros. Usam recursos multimidia pra fazer arte multimidia.
As produções são livre e abertas - e quem disse que só o monopólio de exploração da obra estimula a inovação? Essas iniciativas independem dos tradicionais regimes de propriedade intelectual. Arriscando um palpite, muito possivelmente essa lógica de mercado nem faz sentido para a maioria desses garotos e garotas.
O projeto Digital Open é uma iniciativa do Institute for the Future e vai premiar iniciativas, realizadas por jovens de até 17 anos, abertas ou livres e que inovem no uso de tecnologias.
Os prêmios vão de tocadores de MP3 a laptops - e somam 15 mil dólares. Mas, independentemente deles, o bacana é participar da comunidade é entrar em contato com tantos outros jovens inovadores de todo o mundo.
Veja a lista de projetos já inscritos.
Nenhum projeto brasileiro figura ainda na lista. Estou aqui justamente pra fazer um chamado à inscrição de projetos nacionais. Adolescentes, pais de adolescentes, pessoal que passou pelo Hackerteen, a galera das comunidades brasileiras de Cosplay, a garotada que frequenta o Campus Party, e quem mais estiver inovando por aí, inscrevam-se, divulguem. Vamos propagar a notícia?
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