Fab Lab - Laboratórios de Fabricação Digital
Unicamp – Campinas 18 de Maio de 2016
Organizado pelo Museu de Ciências da Unicamp, o evento “Os Laboratórios de Fabricação Digital, Como Ponte Entre a Universidade e a Sociedade". reuniu professores, pesquisadores, alunos e implementadores de laboratórios de fabricação digital públicos, privados e de universidades.
No período da manhã foram apresentados iniciativas e experiencias de laboratórios e pesquisas de universidades, como da faculdade de arquitetura e urbanismo da Usp que implantou um Laboratório que serve de referência para iniciativas públicas e privadas de implantação de novos laboratórios, coordenado pelo prof. Paulo Eduardo Fonseca de Campos.
Sempre considerando quatro linhas de reflexão e ação, como: Democratização do conhecimento, empoderamento das pessoas e das comunidades, Inovação social e tecnológica, e Empreendedorismo, as apresentações e discussões desenvolveram baseadas em projetos, desafios e casos de sucesso na implantação de laboratórios e surgimento de novas ideias a partir deles.
Algumas Organizaçoes ações e projetos mostrados.
Garagem Fablab – http://garagemfablab.com.br
Associação Fab Lab Brasil www.fablabbrasil.org
Fab Lab SP. (Fau Usp) www.fablabsp.org
Bioac Academi - Lab Biologia
Olabi Cumbuca Xerém – Rio de Janeiro http://olabi.co
Gambiarra Favela Tech www.gambiarrafavelatech.org
Fab Lat Kids http://fablabkids.org
Fab Lab edu.
“As máquinas envelhecem, mas o conhecimento é permanente e não envelhece”
“A alma da rede é o espirito de colaboração”
“Ao pensar um novo projeto, sempre penso; para quê e para quem?. Este é quase um mantra, ou um principio norteador”
São frases do Prof. Paulo Eduardo para justificar a importância das iniciativas e a atuação coletiva e colaborativa do projeto, bem como os seus verdadeiros objetivos.
Fiz duas indagações aos palestrantes representantes da academia no evento, considerando as falas e na minha opinião, o modo centralizador das universidades em relação a localização dos laboratórios e museus que impedem logisticamente a participação da população carente nestas experiências.
É possível Fazer Fab Labs temáticos conforme as características e as necessidades das comunidades, bem como suas vocações locais? Poderíamos inverter a ordem ou a lógica da troca de conhecimento na relação universidade e comunidade? A universidade que tem recursos poderia ir a comunidade, pois a comunidade tem dificuldades de romper o isolamento confortável e o distanciamento dos seus museus e laboratórios do restante da população periférica?
Considerando que os centros de pesquisa e os laboratórios não devem reter conhecimento, poderiam considerar uma clausula, onde os projetos e ou produtos desenvolvidos a partir destes espaços, tenham que ser abertos, livres e disponibilizados através de licença pública livre para que não haja apropriação do conhecimento financiado com dinheiro público e impeça sua adaptação e evolução para novas experiências coletivas a beneficio da sociedade?
No Período da Tarde, foram apresentadas experiências de fab labs públicos e atividades desenvolvidas nos espaços.
A professora Regiane Trevisan, representando os fab labs do estado de Santa Catarina, apresentou a rede Pronto 3D - Uma rede de laboratórios de fabricação digital aplicada ao design e arquitetura com polos em Florianópolis (FabLab Pronto) Lages, Criciuma e Chapecó, além de uma rede fab lab móvel organizada em uma kombi.(Laboratório Móvel de Inclusão digital) o projeto é financiado pelo governo do estado de Santa Catarina através da Fapesc.
Os Laboratório de prototipagem e novas tecnologias orientadas estão divididos por categorias, segundo cada público.
Pronto Kids
Pronto Teen
Pronto Senior
pronto social.
O Laboratório Móvel de Inclusão digital – Kombi, - atende Comunidades, Escolas, Penitenciárias.
Mensagem de reflexão que estimula o trabalho prático.
“Se eu leio eu esqueço. Se eu vejo eu lembro, se eu faço eu aprendo”.
Juliana Pessoa, coordenadora dos Fab Labs da prefeitura de SP. Apresentou o projeto FABLab Livre SP, uma rede de 12 laboratórios de fabricação digital criada pela prefeitura de São Paulo e instalados em espaços da prefeitura nos c.e.u.s, - Centro educacional unificado e outros espaços da prefeitura nos bairros periféricos da Cidade.
As atividades são focadas em empreendedorismo de startups, cursos para estudantes das escolas públicas, e disponibilização do equipamento e suas tecnologias disponíveis para a comunidade do entorno.
Os laboratórios, são equipados com o que há de mais moderno em máquinas e equipamentos e é considerada a maior e uma das mais modernas redes pública de laboratórios de fabricação digital do mundo. São administrados pelo instituto de tecnologia Social – ITS – selecionado através de concorrência pública.
Mais informações:
http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/servicos/noticias/?p=211665
http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/servicos/noticias/?p=216937
Julianapessoa@prefeitura.sp.gov.br
Na sequencia das atividades do Fórum, foi apresentado o projeto FAB SOCIAL, coordenado por Alex Garcia da prefeitura de Guarulhos.
O projeto Fab Social Originário das mesmas idéias dos Fablabs, ou laboratórios de fabricação digital, leva para as crianças e adolescentes das comunidades periféricas do entorno dos C.E.U. - Centro Educacional Unificado – e dos Telecidadanias - ( laboratórios de inclusão digital da prefeitura de Guarulhos) oficinas e atividades lúdicas que levam as crianças a entender de forma simples, pedagógica e didática, noções de lógica, robótica, desenho e fabricação digital, através de softwares e impressões, construindo imagem 3D, Fortalecendo o conceito de autonomia, criatividade e liberdade de conhecimento.
No momento o fab social tem parceria com o CTI na mediação de bolsa com os alunos do Instituto Técnico federal – Campus Guarulhos – Para os cursos em desenhos digitais com o aplicativo Scratch e oficinas de fabricação digital aos usuários dos Laboratórios telecidadanias.
O fab social está inserido dentro do programa de inclusão digital da prefeitura de Guarulhos, via comitê gestor do programa de inclusão digital da prefeitura de Guarulhos – CGID – sob coordenação do departamento de informática e telecomunicações – DIT – com participação integrada de várias secretárias.
Alex garcia, reforçou a necessidade de transformar os projetos em politicas publicas, receber investimentos via orçamentos e parcerias para manter e ampliar as ações e atividades em beneficio das populações mais carentes. Ressaltou também a importância da união das redes de fab labs para fortalecer as iniciativas de forma global.
O fórum foi finalizado com palestra de Sherry Lassiter, diretora da FAB Fundation, entidade sem fins lucrativos, destinada a promover a capacitação técnica das pessoas, ampliando suas possibilidades de desenvolvimento em suas comunidades por meio de ferramentas e inovação. Sherry é uma das idealizadoras do programa FabLab do MIT e da rede internacional de laboratórios de fabricação digital de acesso público, incluindo mais de mil espaços em 75 países.
Na sua apresentação, ela mostrou imagens e vídeos de experiências práticas de Fab Labs pelo mundo, que comprovam as muitas oportunidades e possibilidades deste projeto, surgindo laboratórios especializados e com atividades voltadas a educação, a economia, a medicina, ao empreendedorismo e muitos outros campos da atividade humana.
No resumo geral do fórum e suas apresentações, ficou claro que o movimento Fab Lab já é uma forte tendência mundia e nacional, que começa a se articular em rede e desperta interesse tanto do setor acadêmico, como dos setores públicos e privados. Algumas iniciativas públicas, como se destaca a rede municipal da prefeitura de São Paulo, já se inclui como mais um projeto de inclusão digital de forte potencial mobilizador e deve ser institucionalizado como politica pública para garantir sua operacionalidade, financiamento e estar inserido nas comunidades a serviço das pessoas e do desenvolvimento social e local.
Apesar das ferramentas tecnológicas de última geração disponibilizadas, os laboratórios de fabricação digital deve ser vistos não como uma atividade industrial para satisfação das curiosidades e necessidades das pessoas, mas como mais uma forma de inclusão de inúmeras possibilidades de inserção comunitária, numa visão critica e humanista da produção e consumo de forma coletiva colaborativa e descentralizada.
Participaram pela prefeitura de Guarulhos:
Rodrigo Afonso – Coordenador - Dit – Depto. Informática e Telecomunicações.
Alex Garcia – Inclusão Digital - Fab Lab - DIT. Depto. Informática e Telecomunicações.
Jesulino Alves - Inclusão Digital – Dit - Depto. Informática e Telecomunicações.
Cintia Mattos – Dit - Inclusão Digital - Fab Lab - DIT. Depto. Informática e Telecomunicações.
Sergio Murilo – Dpie – Depto de planejamento e informática na Educação.
Carlos Brasil – SAS – Secretaria de desenvolvimento e Assistência Social.
Alex Abbes Marques – SAS - Secretaria de desenvolvimento e Assistência Social.
Marinilzes Melo – Núcleo de Ciência e Tecnologia – Secretaria de Desenvolvimento Econômico
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