A historiadora e antropóloga Lilia Schwarcz avalia que as revelações do Intercept Brasil sobre as tentativas de interferência do ex-juiz Sérgio Moro, atual ministro da Justiça, no trabalho de procuradores da Operação Lava Jato confirmaram "o uso do Judiciário para causas particulares, como forma de vingança e de impedimento à que a democracia siga seu curso".
Segundo a pesquisadora, as articulações entre Moro e o Ministério Público Federal (MPF-PR) passaram "a ideia de judicradura ou a ditadura do Judiciário, quer dizer, de um Judiciário que cumpre com sua liturgia, mas que cresceu de modo a não equiparar-se com os outros poderes". "É um Judiciário que perde a medida do seu poder e põe em questão a prática da equanimidade", afirmou a estudiosa, conforme relato publicado no site El País.
A pesquisadora avalia que a conduta de Moro pode ser classificada como patrimonialismo, "resultado da relação viciada que se estabelece entre a sociedade e o Estado". "É o entendimento, equivocado, de que o Estado é bem pessoal, 'patrimônio' de quem detém o poder", disse. - 247
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