Entidades criticam negociação do governo com as teles
24 de Abril de 2011, 0:00 - sem comentários aindaO interesse público em xeque nas políticas para banda larga
O ano começou agitado para quem se interessa pelo debate de ampliação do acesso à internet. O Ministério das Comunicações acelerou a implantação do Plano Nacional de Banda Larga. Junto com a Anatel, o ministério também discute a terceira versão do Plano Geral de Metas de Universalização e consequentes mudanças nos contratos das empresas de telefonia fixa, que devem ser revistos até 30 de junho. Por sua vez, o Congresso Nacional discute mudanças na lei do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações.
Infelizmente, tamanho agito não se reflete necessariamente em boas notícias para aqueles preocupados com o interesse público. Em todas essas iniciativas, estão sendo tomadas decisões silenciosas que reorganizam o setor e derrubam pilares que sustentam o aspecto de serviço público nas telecomunicações. Acende-se a luz amarela e é hora de soar o alarme.
As boas e as más notícias
O acesso à banda larga no Brasil é caro, ruim e para poucos. Com isso concordam Ministério das Comunicações e a Anatel. Frente a esse cenário e à inação da gestão anterior do ministério, cerca de um ano e meio atrás, o gerenciamento das políticas de ampliação da banda larga e inclusão digital foi deslocado para o núcleo central do Governo Federal, e em maio de 2010 foi lançado o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL). Com a mudança de governo, mudou também a gestão do Ministério das Comunicações, que voltou a ser o centro formulador e implementador dessas políticas e do PNBL.
Na virada do ano, as notícias indicavam disposição do governo em enfrentar os interesses particulares das concessionárias de telecomunicações, principais responsáveis pelo quadro do acesso à internet no Brasil. De fato, o PNBL congrega propostas importantes em diferentes frentes (medidas regulatórias, políticas de investimento em infraestrutura, incentivos fiscais e tributários, fortalecimento de tecnologia nacional etc.), e sua implementação tem sido tratada com a urgência necessária.
O problema surgiu na negociação com as empresas concessionárias de telefonia fixa – Oi, Telefônica e Embratel. Depois de elas entrarem com processos contra o governo e a Telebrás, inclusive no Supremo Tribunal Federal, e questionarem as propostas iniciais do PGMU-III, o quadro mudou, e os resultados da negociação com o governo e a Anatel podem levar aos seguintes resultados negativos:
- espectro gratuito – deve ser cedida, sem licitação e sem ônus, a faixa de 450-470MHz para as operadoras de telefonia fixa cumprirem as metas da telefonia rural. Essa faixa é capaz de suportar múltiplos acessos em banda larga e interessa à Telebrás por possibilitar melhores condições de promoção da inclusão digital. Numa doação de espectro por parte do Estado, as empresas ganharão esta faixa sem que se respeite a obrigatoriedade de licitação para a transferência de bens e recursos públicos.
- obrigações privadas com dinheiro público – hoje as empresas devem pagar, a cada dois anos, 2% de sua receita operacional líquida como forma de pagamento pela concessão. A Anatel considera a possibilidade de os custos necessários para o cumprimento das obrigações de universalização previstas no novo PGMU serem descontadas desse valor.
- sem obrigações de backhaul – backhauls são as ligações de internet das grandes redes para os municípios, a partir do qual se distribui o sinal para as redes que chegam para prover banda larga nas residências. Na versão anterior do PGMU-III, havia obrigações de as operadoras de telecomunicações instalarem backhauls em todas as localidades com mais de 1.000 habitantes. Naquele momento, houve críticas da sociedade civil a esta medida pela inclusão de metas de internet no plano de telefonia fixa, o que é proibido por lei e levaria ao subsídio cruzado entre os serviços, com o custeamento da banda larga pela telefonia fixa, quando o correto seria prever metas de universalização específicas à internet. De outro lado, houve críticas das empresas, que não queriam arcar com o investimento. Provavelmente não haverá qualquer menção a essa obrigação na versão final, mas também não está prevista a definição de metas próprias para a banda larga. Em resumo, prevaleceu a posição das empresas.
- sem concorrência da Telebrás no varejo – o decreto de criação da Telebrás dizia que ela iria atuar na oferta direta ao usuário final onde inexistisse oferta ‘adequada’ pelas operadoras privadas. Agora, o Governo Federal diz que espera que as operadoras privadas deem conta dessa tarefa e que, em princípio, a Telebrás só vai atuar no atacado.
- sem serviço público – a banda larga segue sendo tratada como serviço prestado apenas em regime privado, sem obrigações de universalização, sem controle de tarifas e sem uma série de garantias típicas de serviço público.
A fundo perdido
Não bastassem todos esses pontos, o Congresso Nacional está em vias de aprovar um projeto de lei que modifica a lei do FUST, permitindo que o fundo possa ser utilizado não apenas para universalização, mas para qualquer investimento em serviços de telecomunicações, prestados em regime público ou privado. Aquilo que pode parecer uma boa notícia pode se configurar, na verdade, em uma gigantesca doação de recursos públicos para as empresas privadas expandirem seu patrimônio. Isso porque as contrapartidas exigidas ficam totalmente em aberto, não sendo nem mesmo obrigatórias na versão atual do projeto. Além disso, não há reversibilidade dos bens adquiridos com o dinheiro do FUST, ou seja, as empresas ficarão eternamente de posse de todos os bens adquiridos com esse recurso público, mesmo que deixem de prestar o serviço.
Se todos concordamos que é urgente ampliar o acesso à banda larga no país, a reivindicação é que isto se faça por meio do reconhecimento da internet como um serviço essencial, a ser prestado em regime público. Com isto, a lei do FUST permaneceria como está, impedindo mudança que resulte em transferência da renda dos consumidores às empresas de telecomunicações, já bastante beneficiadas. Mais do que ampliado, o acesso à banda larga deve ser universalizado, o que o PNBL não estabelece nem como meta. De toda forma, nem mesmo o desafio da massificação pode ser enfrentado sem que haja um papel ativo do Estado – não apenas como gerente ou fiscal das políticas, mas como agente econômico e executor do serviço.
Os fatos demonstram a necessidade de se voltar os olhos com urgência às políticas de acesso à banda larga no país. Este serviço é essencial e é dever do Estado garantir sua universalização, com políticas pautadas no interesse público. A Campanha Banda Larga é um Direito Seu! Uma ação pela internet barata, de qualidade e para todos defende o acesso à internet em banda larga como direito fundamental e se organiza para pressionar por seu reconhecimento nestes termos. Para debater esses assuntos e lançar publicamente a campanha estão programadas em várias cidades atividades para a noite do dia 25 de abril, segunda-feira (mais informações no site campanhabandalarga.org.br). É preciso que organizações da sociedade civil e movimentos sociais estejam atentos e mobilizados, e que sejam entendidas como interlocutoras neste debate, da mesma forma que são os representantes de concessionárias e provedores.
ABRAÇO – Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária
ADECCON – Associação de Defesa da Cidadania e do Consumidor
AMARC Brasil – Associação Mundial de Rádios Comunitárias
ARPUB – Associação das Rádios Públicas do Brasil
Articulação de ONGs de Mulheres Negras Brasileiras
Artigo 19
Associação de Imprensa Campista
Casa da Cultura Digital
Casa de Cultura Tainã
Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé
Ciranda Independente de Comunicação Compartilhada
Coletivo Digital
Comissão de Ciência e Tecnologia da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção São Paulo
Conselho Federal de Psicologia
Conselho Regional de Psicologia de São Paulo
CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil
CUT – Central Única dos Trabalhadores
FENAJ – Federação Nacional dos Jornalistas
Fitert – Federação dos Radialistas
Fittel – Federação Interestadual dos Trabalhadores em Telecomunicações
FNDC – Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação
FNECDC – Fórum Nacional das Entidades Civis de Defesa dos Consumidor
Geledés – Instituto da Mulher Negra
Gpopai – Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas para o Acesso à Informação
Idec – Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor
Instituto Bem Estar Brasil
Instituto Imersão Latina
Instituto NUPEF – Núcleo de Pesquisas, Estudos e Formação
Instituto Patrícia Galvão
Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social
Laboratório Brasileiro de Cultura Digital
LBL – Liga Brasileira de Lésbicas
Observatório de Controle do Setor Público de Campos
Ordem dos Advogados do Brasil – Seção São Paulo
Proteste – Associação Brasileira de Defesa do Consumidor
SEESP – Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo
Sociedade Ecológica
SOS CORPO – Instituto Feminista para a Democracia
Teia Casa de Criação
UBM – União Brasileira de Mulheres
UNE – União Nacional Dos Estudantes
Apoios individuais:
Aline Rabelo – Produtora Cultural
Cleber Tinoco – clebertinoco.blogspot.com/
Henrique Parra – Professor Ciências Sociais UNIFESP
Marcos Dantas – Professor da UFRJ
Roberto Moraes robertomoraes.blogspot.com
Robson B Sampaio – Tuxaua Cultura Viva, Fotografo e Artista Plástico
Sérgio Amadeu – professor da UFABC
Sulamita Esteliam – jornalista – ex-dirigente da Fenaj -, escritora e blogueira
Lançamento em Salvador da Campanha Banda Larga é um direito seu!
24 de Abril de 2011, 0:00 - Um comentárioLançamento em Salvador da Campanha Banda Larga é um direito seu!
A internet se tornou um instrumento de efetivação de direitos fundamentais e desenvolvimento, além de espaço da expressão das diferentes opiniões e manifestações culturais. Porém o acesso a banda larga no Brasil é caro, lento e para poucos. A fim de reverter essa situação a Campanha Banda Larga é um direito seu! terá lançamento nacional em cinco capitais, incluindo Salvador, nesta segunda-feira, dia 25/04, às 19h, na Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia.
A estratégia da Campanha é aglutinar governos, parlamentares, organizações da sociedade civil e universidade para que o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) avance e reconheça a banda larga como serviço público com metas de universalização. No momento duas decisões podem delinear as características do serviço: o Congresso desenvolve Projeto de Lei para redirecionar recursos do Fundo de Universalização das Telecomunicações (Fust) e o executivo estabelece os pilares do 3º Plano de Metas e Universalização (PGMU III). Ambas as medidas são reservadas a telefonia-fixa, mas devido à convergência impactam diretamente a banda larga.
Na Bahia a Campanha convida parlamentares e poder executivo estadual para participar do ato de lançamento e posteriormente montar grupo de trabalho para diagnosticar os problemas e apontar caminhos a fim de expandir o serviço no estado. Atualmente as empresas privadas de telecomunicações ofertam o serviço nas áreas lucrativas e cobram preços impeditivos para a população de baixa renda e de localidades fora dos grandes centros urbanos.
As teles argumentam suas ações por modelo de exploração em regime privado, que tem ao máximo metas de massificação, semelhantes à televisão por assinatura que chegou a cerca de 10% dos lares brasileiros; outra na meta dos serviços privados é de qualidade que tem como referência a telefonia móvel, onde a maioria da população não gasta mais de R$ 5,00 por mês em créditos pré-pagos. Já a telefonia-fixa, único serviço classificado como público, tem subsidios e sua infraestrutura, apesar de pertencer ao Estado, é paulatinamente repassada para empresas privadas oferecem banda larga sem contrapartidas a sociedade.
Enquanto isso, prefeituras que tentam ampliar o acesso em seus municípios esbarram nos altos custos de conexão às grandes redes e serviços públicos essenciais, como educação, tem conexões deficitárias. Provedores sem fins lucrativos que tentam prover o serviço são impedidos pela legislação. Já cidadãos que compartilham sua conexão são multados pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Quando: dia 25 de abril, segunda-feira, às 19 horas
Onde: Auditório 2 da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia,
Avenida Reitor Miguel Calmon s/n – Campus Canela.
Contatos: Professor Nelson Pretto (FACED_UFBA) / nelson@pretto.info / 8779 1906
Pedro Caribé (Intervozes) / andradecaribe@gmail.com / 92611026
Na Rede: http://softwarelivre.org/bandalarga-ba e http://campanhabandalarga.org.br/
Transmissão ao vivo: www.radiofaced.ufba.br
No rádio e na TV: O Instituto de Radiodifusão Pública da Bahia (Irdeb) também irá informar a sociedade sobre a Campanha através de spots e no programa Multicultura da Rádio Educadora, também no dia 25/04 a partir 12h; já o TVE Revista fará reportagem no mesmo dia às 12h20min.
Entidades e instituições que aderiram a Campanha Banda Larga é um direito seu! na Bahia:
Abraço_BA - Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária
ARCCA - Associação para Inclusão à Comunicação, Cultura e Arte
Arpub – Associação de Rádios Públicas do Brasil
Articulação Mulher e Mídia na Bahia
Cipó Comunicação Interativa
CCDC - Centro de Comunicação, Democracia e Cidadania da Facom_UFBA
CoLivre - Cooperativa de Tecnologias Livre
Conselho Regional de Psicologia/03
DCE_UFBA - Diretório Central dos Estudantes da UFBA
GEC - Grupo de Pesquisa em Comunicação, Educação e Tecnologias da Faced_UFBA
Ginga Comunicação Popular
Intervozes - Coletivo Brasil de Comunicação Social
Instituto de Mídia Étnica
iTEIA - Rede Colaborativa Cultura, Arte e Educação
FNDC_BA - Comitê baiano do Fórum Nacional pela Democratização da Comuniação
Portal Vermelho Bahia
Sinjorba - Sindicato dos Jornalistas da Bahia
Sinterp_BA - Sindicato dos trabalhadores em rádio, tv e publicidade do estado da Bahia
Sintell_BA - Sindicato dos trabalhadores em telecomunicações do estado da Bahia
UBM -União Brasileira de Mulheres
UJS – União da Juventude Socialista
Manifesto
18 de Abril de 2011, 0:00 - sem comentários ainda
Banda Larga é um direito seu!
Uma ação pela internet barata, de qualidade e para todos
Banda Larga é direito de todas e todos, independentemente de sua localização ou condição sócio-econômica. O acesso à internet é essencial porque permite o mergulho na rede que integra diferentes modalidades de serviços e conteúdos, funcionando como um espaço de convergência de distintas perspectivas sociais, culturais, políticas e econômicas. Elemento central na sociedade da informação, a inclusão digital, entendida de forma ampla, é condição para a concretização de direitos fundamentais como a comunicação e a cultura e se coloca como passo necessário à efetiva inclusão social, já que ela é essencial para o desenvolvimento econômico do país. A internet incrementa a produtividade e gera riquezas, sendo fator de distribuição de renda e de redução de desigualdades regionais.
Nós, organizações da sociedade civil e ativistas envolvidos no debate da democratização da comunicação e da produção colaborativa da cultura, reconhecemos a relevância das metas e políticas presentes no Plano Nacional de Banda Larga, sendo imprescindível, contudo, avançar. Mais, é necessário que se faça uma vigília permanente para que as políticas de banda larga estejam pautadas no interesse público, o que já sofre reveses. Os rumos recentes tomados pelo governo reforçam o abandono da ideia de serviço público como concretizador de direitos e privilegia soluções sob uma lógica de mercado.
Com base no acúmulo conquistado nas Conferências Nacionais de Comunicação e Cultura, no Fórum de Cultura Digital e nas articulações relativas à constituição do Marco Civil da Internet e à reforma da Lei de Direitos Autorais, apresentamos as seguintes propostas guia e suas ações:
1. EFETIVA PARTICIPAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL NO PROCESSO DE INCLUSÃO DIGITAL
Rever a participação da sociedade civil no Fórum Brasil Conectado, ampliando a sua representação e democratizando seu processo de escolha;
Convocar, em conjunto com entidades da sociedade civil, um Fórum Participativo de Acompanhamento do Plano Nacional de Banda Larga, criando canais legítimos e públicos de consulta mútua que permitam a efetiva participação da sociedade nos processos decisórios do Plano;
Criar mecanismos públicos de consulta que contemplem a convergência de mídias e redes sociais buscando de todas as formas a tradução do debate para toda população.
2. PRESTAÇÃO DA BANDA LARGA SOB REGIME PÚBLICO
Reconhecer o caráter essencial da banda larga, definindo-o como serviço público, sujeito a metas de universalização, controle de tarifas garantindo seu baixo valor, obrigações de continuidade voltadas à sua prestação ininterrupta e garantia da prevalência do interesse público na utilização da infraestrutura necessária ao serviço;
Integrar ações das esferas Federal, Estadual e Municipal para universalização da Internet da banda larga, possibilitando o acesso de qualquer pessoa ou instituição ao serviço e otimização do uso da infraestrutura, inclusive por meio da reserva de espaço eletromagnético livre de licenças para aplicações comunitárias;
3. GESTÃO PÚBLICA DAS REDES PARA GARANTIR A IGUALDADE ENTRE PROVEDORES E O INGRESSO SUSTENTÁVEL DE NOVOS AGENTES
Implementar mecanismos de controle público da gestão das redes, garantindo o acesso não discriminatório e competitivo à infraestrutura;
Utilizar a Rede Nacional na geração de maior competição a partir da entrada de pequenos e médios provedores, bem como efetivar políticas de incentivo e financiamento possibilitando a sustentabilidade dos mesmos;
Democratizar as licenças para prestação do serviço de banda larga fixa (Serviço de Comunicação Multimídia) no âmbito do PNBL, permitindo que qualquer organização, inclusive as sem fins lucrativos, possa recebê-las;
Efetivar a prestação do serviço ao usuário final pela Telebrás;
Incentivar o uso de tecnologias diversificadas para distribuição da última milha (wi fi, wi max, eletricidade, redes mesh, incorporando novas tecnologias que surjam ao longo do tempo);
Regular a utilização do espectro livre, espaços inutilizados do espectro para evitar interferências na transmissão analógica de televisão, permitindo a sua utilização por cidadãos e comunidades;
Fortalecer instrumentos de regulação e fiscalização com independência em relação ao mercado, participação social e atuação rápida e eficaz, não só com relação à competição, mas também quanto à qualidade do serviço. Estes instrumentos devem atuar sobre todo o sistema, incluindo a Telebrás, grandes e pequenos provedores privados;
4. AMPLIAÇÃO DA DEFINIÇÃO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE DA BANDA LARGA
Delimitar as condições de prestação adequada do serviço por meio de critérios objetivos que visem à efetiva proteção do consumidor e a utilização das redes em toda a sua potencialidade;
Assegurar o atendimento adequado ao consumidor e a não abusividade na publicidade e nos contratos, com especial atenção ao cumprimento do dever de informação;
Garantir a paridade de banda para download e upload, imprescindível para o uso multimídia alternativo, fiscalizando o cumprimento das taxas de transmissão contratadas e disponibilizando meios tecnológicos para verificação deste cumprimento pelo próprio usuário;
Definir a proteção à privacidade e à liberdade de expressão e de acesso a conteúdos como parâmetros de qualidade do serviço, em consonância às previsões do Marco Civil da Internet e à discussão do anteprojeto de lei de proteção de dados;
Assegurar a neutralidade da rede, propiciando o acesso igualitário a serviços, aplicativos e informações a todas e todos ao impedir interferências discriminatórias das operadoras na velocidade de navegação;
Implantar no PNBL velocidades de download e upload compatíveis com os conteúdos e aplicações disponíveis na rede, que realmente possibilitem o cidadão ser um agente do processo de produção da cultura digital.
5. APOIO À CULTURA DIGITAL
Estimular a Cultura Digital, Software Livre, Transparência e Princípios da construção colaborativa de conteúdos (ex: wiki);
Promover o uso da rede para produção, compartilhamento e distribuição de conteúdos, por meio de políticas públicas para produção de conteúdos culturais, científicos e educacionais, bem como o apoio a licenciamentos livres e à reforma da Lei de Direito Autoral;
Definir políticas concretas de fomento e desenvolvimento da indústria de inovação cutural e aplicações web baseadas em conteúdos culturais;
Estimular entidades e iniciativas voltadas à Alfabetização Digital, incluindo escolas de todos os níveis, Lan Houses e Programas de Inclusão dos governos e sociedade civil, possibilitando a apropriação e qualificação do uso da rede;
Criar espaços de acesso público e comunitário gratuito inclusive através de redes abertas (WI FI);
Incentivar a integração de acessos comunitários de ações do governo (telecentros, pontos de Cultura, acessos abertos por redes sem fio municipais) com a sociedade civil, englobando um conjunto de iniciativas públicas do Terceiro Setor na área de Cultura Digital e iniciativa privada.
Lançamento nacional da Campanha será no dia 25/04, em São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Brasília e Campo Grande
13 de Abril de 2011, 0:00 - sem comentários aindaA banda larga no Brasil é cara, lenta e para poucos, e está na hora de pressionar o poder público e as empresas para essa situação mudar. O lançamento do Plano Nacional de Banda Larga em 2010 foi um passo importante na tarefa necessária de democratizar o acesso à internet, mas é insuficiente. O modelo de prestação do serviço no Brasil faz com que as empresas não tenham obrigações de universalização. Elas ofertam o serviço nas áreas lucrativas e cobram preços impeditivos para a população de baixa renda e de localidades fora dos grandes centros urbanos.
Enquanto isso, prefeituras que tentam ampliar o acesso em seus municípios esbarram nos altos custos de conexão às grandes redes. Provedores sem fins lucrativos que tentam prover o serviço são impedidos pela legislação. Cidadãos que compartilham sua conexão são multados pela Anatel.
É preciso pensar a banda larga como um serviço essencial. A internet é instrumento de efetivação de direitos fundamentais e de desenvolvimento, além de espaço da expressão das diferentes opiniões e manifestações culturais brasileiras por meio da rede.
Neste dia 25, vamos colocar o bloco na rua: juntar blogueiros, ativistas da cultura digital, entidades de defesa do consumidor, sindicatos e centrais sindicais, ONGs, coletivos, usuários com ou sem internet em casa, todos aqueles que acham que o acesso à internet deveria ser entendido como um direito fundamental. Nossa proposta é unir os cidadãos e cidadãs brasileiros em uma vigília permanente em defesa do interesse público na implementação do Plano Nacional de Banda Larga e da participação da sociedade civil nas decisões que estão sendo tomadas.
O lançamento nacional da Campanha Banda Larga é um Direito Seu! Uma ação pela Internet barata, de qualidade e para todos será feito em plenárias simultâneas em São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Brasília, com transmissão por este site. O manifesto da campanha, a lista de participantes e o plano de ação também podem ser vistos aqui. Participe!
SÃO PAULO (SP) – 19h
Sindicato dos Engenheiros de São Paulo
Rua Genebra, 25 – Centro (travessa da Rua Maria Paula)
RIO DE JANEIRO (RJ) – 19h – início da plenária / 20h30 – lançamento da campanha da Banda Larga
Auditório do SindJor Rio
Rua Evaristo da Veiga, 16, 17º andar
SALVADOR (BA) – 19h
Auditório 2 da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia
Avenida Reitor Miguel Calmon s/n – Campus Canela
BRASÍLIA (DF) – 19h30
Balaio Café
CLN 201 Norte, Bloco B, lojas 19/31
CAMPO GRANDE (MS) – 19h30
Sede da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul)
Rua 26 de agosto, 2269 – Bairro Amambai