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Ricardo Chaves: “O modelo da música baiana ficou careta”

15 de Setembro de 2015, 20:52 , por Luiz Gonzaga das Virgens - 33 comentários | Ninguém está seguindo este artigo ainda.
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Gambiarra chaveseditada

#Entrevista | Ricardo Chaves: "O modelo da música baiana ficou careta"

Fonte: Revista Gambiarra

Autor: Rafael Flores

O cantor e compositor, um dos pioneiros na Axé Music, se apresentou em Conquista na festa Melhor Feijão do Mundo na Arena Miraflores no fim de agosto.

Depois de Ivete Sangalo ter tocado os corações dos fãs da Axé Music com algumas canções antigas de sua carreira, três importantes nomes da música baiana foram responsáveis por escoar uma grande carga de nostalgia na tarde do sábado. Ricardo Chaves, Magary Lord e Manno Góes se apresentaram com o projeto Alavonté na quinta edição da festa Melhor Feijão do Mundo.

O coletivo de artistas ainda conta com os músicos e compositores Ramon Cruz e Jonga Cunha e o comunicador, produtor e diretor artístico Andrezão Simões. “O Alavonté não é uma banda, é um projeto que passeia pelos nossos projetos pessoais e faz relembrar nossa contribuição para a história riquíssima da música baiana”, conta Manno Góes.

Em conversa ao final do show, tanto Góes quanto Ricardo Chaves bateram na tecla de que o Alavonté não tem intenções meramente mercadológicas.”O mais importante de tudo é que somos muito amigos e que não temos nenhum objetivo do que hoje se estabeleceu sendo modelos de fazer sucesso”, disse Ricardo.

Além de passear pelos 30 anos de axé – principalmente pelos momentos que dizem respeito aos integrantes do grupo, músicas feitas especialmente para o projeto já podem ser ouvidas. Para eles, é natural que ao reunir tantos artistas que passaram a vida compondo axé, oportunidades de composição em conjunto apareçam.

Confira a entrevista completa com Ricardo Chaves:

Revista Gambiarra: Como surgiu a ideia de reunir esse time de grandes nomes que se firmaram no Axé Music?

Ricardo Chaves: A ideia surgiu de nos divertirmos, nos encontrarmos pra compor, pra rever as coisas que fizemos ao longo das nossas carreiras. No Alavonté, marcaram cada um de uma forma a história da música baiana, a gente começou a tocar no bar inicialmente e o pessoal começou a pedir mais e passamos a tocar toda terça em salvador. E fomos indo, todo encontro da gente sai uma música, ali agora a gente tava acabando de comprar outra. A gente tava esperando o avião, é um encontro só de compositores e acaba sendo isso. A ideia é passar pras pessoas um show sem vaidade, sem objetivos de nada, todos nós já tivemos uma história, já fizemos coisa pra caramba e a diversão da gente e a gente passa pro público e aí fica uma interação que existia lá atrás.

Revista Gambiarra: Como vocês disseram, o encontro acaba por transformar esse projeto de celebração em um novo grupo autoral. Como é esse processo?

Ricardo Chaves: Tem muitas coisas, a gente já lançou um disco só com músicas inéditas estamos preparando outra ao vivo que também tem inéditas, que é um pedaço do show. Mas o mais importante de tudo é que somos muito amigos e que não temos nenhum objetivo do que hoje se estabeleceu sendo modelos de fazer sucesso, a gente não que mais isso, o maior sucesso que a gente faz é ver a alegria na cara das pessoas. E se a gente voltar aqui pra Conquista não é por que a gente fez esquema com alguma rádio, a gente vai voltar por que vai pintar uma oportunidade e a gente vai vir de novo celebrar e compartilhar.

Revista Gambiarra: Há anos que você não vem a Vitória da Conquista, o que mudou desde a época em que você liderava os trios nas micaretas daqui?

Ricardo Chaves: Eu não vinha a Conquista há muito tempo, fiz muitos anos de micaretas aqui, voltei fazendo shows, mas o modelo da música baiana engessou, ficou chato, ficou careta, ficou careta, buscando um sucesso imediato. Ninguém se lembra, por exemplo, de nada que tocou no carnaval há 10 anos, mas a gente só tocou música de mais de 20 anos atrás e todo mundo sabe tudo, pessoas que eram pequenas naquela época, mas que continuam curtindo.

Revista Gambiarra: E o Carnaval vive um momento bem delicado, coisas novas surgindo, mas ainda abafadas pela indústria. Como vocês tem se inserido na festa?

Ricardo Chaves: A gente há dois anos faz parte de um projeto alternativo, que é o Furdunço, que a Prefeitura de Salvador faz e a gente capitaneou o Furdunço na sexta-feira de Carnaval. Esse ano fizemos um equipamento novo chamado Pranchão, que a gente trouxe o trio pro chão, no mesmo nível que esse palco de hoje e ano que vem queremos estar com esse projeto de novo. O trio se distanciou muito do público, levou o artista lá pra cima e todo mundo só quer tocar pra camarote. O modelo de Carnaval de Salvador com bloco já foi e eu particularmente já dei o que tinha que dar, não gosto do que acontece hoje, mas respeito, mesmo que acredite muito mais no que a gente faz.

 


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