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Ilhéus: pacientes psiquiátricos são jogados em presídios

15 de Setembro de 2015, 21:01 , por Luiz Gonzaga das Virgens - 1Um comentário | Ninguém está seguindo este artigo ainda.
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Leoornelas meninonarua

A imagens são de Leo Ornelas e fazem referência a jovens e moradores de rua de Salvador.

Fonte: Blog do Gusmão

Informações que nos chegaram de fontes confiáveis do Presídio Ariston Cardoso, em Ilhéus, denunciam que pacientes psiquiátricos são levados para a unidade onde ficam confinados. Isso estaria ocorrendo por falta de unidades especializadas para acolher e acalmar vítimas de surtos nervosos e doenças psiquiátricas graves.

Segundo apuramos, a ala de internação psiquiátrica do Hospital Geral Luis Viana Filho, em Ilhéus, foi fechada, assim como o Hospital São Judas em Itabuna. A área do Hospital de Base que atendia esses pacientes também não funciona mais. Portanto, não há atendimento especializado para essas pessoas na região. Isso causa muito sofrimento aos familiares e aos próprios pacientes.

Muitas dessas pessoas perambulam pelas ruas e chegam a se colocar em risco e a ameaçar a segurança de outros cidadãos. Ontem, por volta das 16 horas, no bairro da Conquista, uma paciente psiquiátrica entrou num ônibus com uma barra de ferro. Ela assustou os passageiros, o motorista e o cobrador.

Além disso, pessoas que não sabem lidar com a situação acabam agredindo os pacientes psiquiátricos.
Os parentes desses pacientes lutaram pelo fim dos manicômios. Entretanto, se aquele modelo desrespeitava direitos humanos, com internações que duravam uma vida e em condições horríveis de habitação, isso não significa que a internação virou um recurso ultrapassado. Quando suas doenças se agravam, muitas pessoas precisam de um lugar adequado para tratamento e um período mínimo de repouso. Não se trata de defender a volta do manicômio, e sim, reconhecer a falta de uma alternativa.

Confirmação

O Major PM Rebouças, diretor do presídio, confirmou as informações por telefone a este blog. Segundo ele, muitas dessas pessoas são presas em flagrante praticando crimes como roubo.

Rebouças explica que os pacientes mais calmos ficam em celas comuns, mas, os com problemas mais graves são separados, já que podem ser espancados pelos demais.

O presídio não tem psiquiatra. Para que os detidos sejam examinados, suas famílias devem acionar a Defensoria Pública ou contratar advogados. O diretor também mantém contato com o Judiciário e a Defensoria para agendar a saída dessas pessoas para exame.

Rebouças também confirmou que um homem conhecido em Ilhéus como Bin Laden já ficou detido do presídio. Ele anda quase sempre desagregado na cidade. Às vezes vai para o meio do trânsito e entra na frente de veículos em movimento.

O Major lembra que essas pessoas não podem ser submetidas ao direito penal: “são inimputáveis”, todavia, lamenta que o local adequado para internação mais próximo fique em Salvador.

A direção do presídio solicitou que a Prefeitura de Ilhéus cedesse médicos psiquiatras, porém, o secretário de desenvolvimento social, Jamil Ocké, informou que o município não tem profissionais dessa especialidade à disposição.

 

 


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