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Minhas palavras, minha história

8 de Junho de 2010, 0:00 , por Software Livre Brasil - | Ninguém está seguindo este artigo ainda.

Minha rimas ou desritmias podem ser versos, prosas, poemas ou músicas, mas o importante é que sejam, na forma mais simples e direta, Eu!

Sendo eu mesmo, posso ser exagerado, igual, chato, cotidiano, surpreendemente diferente, porém ainda serei só vivo!

E vivo sendo, vivo estando, vivo para pensar, racionalizar, desconstruir, construir ou só estar. Na verdade, não importa o que eu seja para você, me importa mais saber que você está aqui a me ler. Livremente, inclusive, para poder me copiar, em mim se inspirar, de mim criticar, por mim sorrir, talvez chorar, ou apenas esta página fechar. Você aqui está, para mim, basta!

Nota do autor: todos os versos neste blog são originais, alguns de muitos anos atrás, da minha infância. Em 1997 eu tinha apenas 13 anos, isso já dá uma idéia de que alguns versos mais antigos podem não refletir mais a forma como eu penso atualmente. Mas história é história, aprendemos com ela.


Noite míope - 09/01/2002

8 de Junho de 2010, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

Apenas um reflexo luminoso
que duvidoso, a sala invade
sendo o único acompanhante de um míope
que o papel ainda vê com dificuldade.

Mais uma noite conhecida
sem chuvas nem companhias
tendo um livro ao lado,
um verdadeiro amigo,
que tenta inultilmente fazer entender
as libertas palavras lidas.

Um espiral de pensamentos
com o eixo de um desejo,
tão claro, distante e embassado,
que o míope não pode definir,
mas simples e acessível,
e perto como o papel iluminado.

Um pensar restrito à escuridão
visão não tão eficiente quanto o coração,
que de perto pode sentir um afago ausente,
quiçá míope como todo o corpo.

Sem gostar da fria distância
que alimenta os defeitos e dúvidas,
o reflexo luminoso insiste
para que palavras sejam transfiguradas
pelas atitudes mortas,
que no vácuo dizem existir.

Mas o que serão os sentidos?
O livro não consegue responder...
Certamente, desejos incontroláveis não os são.
Provavelmente, ternuras não compartilhadas.
Indeclinavelmente, atitudes perdidas entre palavras.

O corpo míope amedrontado pela distância
busca refúgio nas injustas palavras,
pois suas lentes não podem ser compradas
mas devem ser conquistadas.

Uma nova busca no livro...
e é evidente que as lentes deste corpo
nada mais são que outra mente,
consciente que pode vencer a distância,
tanto quanto o reflexo luminoso
que fornece ao papel um alaranjado tom,
fazendo deste, algo mais valoroso.

Mas a noite já tarde e as luzes...
estas são acesass diluindo o pensar
e explicando as palavras,
tornando o livro que ao lado ainda está...
mais útil do que na escuridão.

Agora sim, na falsa luminosidade
as palavras podem até ser apagadas,
embora carreguem a outros olhos sentimentos,
que uma vez lidos...
jamais poderão ser esquecidos
eternizando as chuvas, as companhias e as palavras.

Autor: Amadeu A. Barbosa Júnior
Data: 09/01/2002
Creative Commons License
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-Noncommercial 3.0 Brazil License



Carta nunca enviada - 2001

8 de Junho de 2010, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

Um dia escrevi algumas palavras que nem eu mesmo sei se saíram dos meus dedos. Falo muito sobre mim, falo demais às vezes, mas o quanto mais falo menos pessoas me entendem. Sinto falta que alguém diga: "Eu já passei por isso também, te entendo". Mas que me adianta escrever mais e mais, como agora, para me tornar apenas algo que emite sons desagradáveis, penso nos meus sentimentos sem pensar em mim. Não me preocupo em estar bem, mas me preocupo em fazer outras pessoas felizes, não sei se consigo...

Quando preciso de alguém para dividir meus problemas, só os encontro mais, pois às vezes sou sincero e não me entendem, talvez o mudno esteja sentido falta da honestidade e simplicidade... Mas ouço algumas letras musicais para pensar no que faz sentido, e vejo que nada é como deveria, será que um dia isto mudará, ou eu terei de mudar? Será que sou errado, será que o problema é minha existência? Será...

Como é possível achar que o mundo é humano? Sou cego, tenho certeza disso, os animais vencem sempre, a simplicidade passou a ser pecado no mundo moderno. Talvez até o ato de se precoupar em fazer alguém bem seja o pior erro... Será que meus dedos são tortos a ponto de ninguém se importar com aquilo que digo? Será que não passo de um amigo que você usa nas horas que precisa se desabafar? Será que você não vê que também enfrento dificuldades, medos, inseguranças, crieses, posso até entender que tudo aquilo que se passa contigo é difícil, mas não aceito que não veja estes detalhes que me faltam!

A vida é injusta para quem tenta ser bom, mudarei, tenha certeza, talvez hoje seja a última vez que você lê estas linhas próprias que surgem enquanto penso em ti, não se preocupe sempre serei bom, mas esconderei minhas qualidades, deixarei meus defeitos me dominarem, serei frio, serei mais humano talvez, e só quem me amar um dia saberá quem realmente eu sou, porque, eu acho, você sinceramente não sabe.

Acabo mais esse desabafo, acaba-se também a noite estrelada, inicia-se a escuridão lenta e fria, que me lembra dos maus momentos de minha vida, sim, apenas agora começo a lembrar dos maus momentos, pois, até três linhas atrás, eu falava da melhor parte da minha vida, se é que ainda vivo...

Autor: Amadeu A. Barbosa Júnior
Data: 06/03/2001
Creative Commons License
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-Noncommercial 3.0 Brazil License



Quarto escuro - 03/11/2000

8 de Junho de 2010, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

Trancado no meu quarto escuro, penso no que sou.. não acho respostas, a sombra dos meus dedos escrevendo no papel me deixa infeliz, pois ela é tão fria e trêmula que meus olhos não as entendem e meu sangue pulsando nas veias voltam ao meu coração mais carregado de sujeiras. É toda a lama do meu corpo que assola minha cabeça neste momento, toda a raiva que me leva à ruína e treme cada vez mais as minhas sombras.

Mas páro... e penso... lembro te ti não como uma mulher que eu desejo, mas como um raio de luz que entra em meu quarto pela janela entre-aberta e me acalma. Volto a sentir meu sangue correndo pelo meu corpo, ele acelera minha ânsia, mas a luz é cada vez mais forte e bonita. O mundo não é mais tão frio, seu olhar me veio à mente, me induzindo a sorrir.

E a luz que agora ilumina todo o quarto antes escuro é ainda fria, é madrugada e eu adormecendo vou pensando em ti, quando uma gota d'água abandona meus olhos e molha o papel que está repleto de letras indefinidas...

A quem merece meu sentimento...

Autor: Amadeu A. Barbosa Júnior
Data: 03/11/2000
Creative Commons License
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-Noncommercial 3.0 Brazil License



Nem tudo - 2001

8 de Junho de 2010, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

Nem tudo que eu disse
foi sinceridade, nem tudo
que vi foi realidade.

Aprendi a ser dissimulado
sem precisar ser notado
entre palavras e risos
tenho sempre conseguido
aquilo que tenho sonhado.

De alguém retiro a bondade
de outrem invejo a felicidade
ainda que no fundo
me reste pouco do que sou
vivo bem, palavra copiada!

Mais distante o físico do pensar
mais presente a dor que a alegria
mais quente uma noite que o dia
mais belo o olhar do que o riso.

Autor: Amadeu A. Barbosa Júnior
Data: algum dia de 2001
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This work is licensed under a Creative Commons Attribution-Noncommercial 3.0 Brazil License



Olhar - 2001

8 de Junho de 2010, 0:00, por Software Livre Brasil - 1Um comentário

Olhares imprecisos de desncessários
dúvidas sem sentido por nada
pessoas em volta só por estar
um mundo adverso imaginário
livros repletos de brancas páginas
que aos olhos são vermelhas como o mar.

Uma estranha tristeza desperta
alguém não está tão bem
mesmo que risos disfarçem
um céu limpo, um frio injusto
grandes belezas fluem dos corpos
alimento incompleto de todos os sabores.

Uma mente inundada de perguntas
olhos míopes que não vêem as respostas
sentidos aguçados a cada movimento
ventos levam todos embora...

Isolado, num cômodo sombrio
por um instante as letras
salvam alguém que não existia
reconstrói-se o interior antes vazio.

Operária nenhuma trabalha
a infelicidade cria raízes
não desejo gotas de atenção
só não quero perder o olhar
que brilhante, dias iluminou...

Autor: Amadeu A. Barbosa Júnior
Data: algum dia de 2001
Creative Commons License
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-Noncommercial 3.0 Brazil License



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