Hoje nem ao menos um verso correto fiz
esquecendo das regras literais
apenas escrevi, torto, e assim
percebi que não sou perfeito
como pensei, erro como você.
O nada é mais importante que o algo
em um momento de tranquilidade
e de solidão, que por sinal menti
em versos ocultos que escrevi
pensei mais do que fiz.
Venho agora justificar minhas letras?
- Nada, não o quero fazer!
Mas por que brigo comigo mesmo?
- Se odeio parar de escrever!
Entender-me és um gotejar no telhado
como posso saber se cairá
no mesmo local, se o vento
não mudará o destino daquela
pobre gota de água suja ou limpa
que teima a pingar em minha frente?
- Não quero respostas, minha questão
não faz sentido, apenas olhes a queda da gota!
Meus olhos cansam e os fecho...
mesmo escrevendo, sei tudo
que não li e nem preciso,
as palavras estão na minha mente
assim como as decisões na sua frente
nunca despreze um amor por completo
sem antes ao menos deixá-lo se mostrar.
Minha dor é menor do que parece
afinal sou cúmplice desse algo
que em nada faz sentido
que em tudo esbarra
que de alguém fala
que o ninguém que o padece
sofre como um viajante na partida.
Autor: Amadeu A. Barbosa Júnior
Data: algum dia de 2002
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