“Disputa pelo cargo de Reitor
24/03/2014 – 9:04 | REDAÇÃO
A escolha do novo reitor da Universidade Federal da Bahia (Ufba) já mobiliza alunos, professores e funcionários. Depois de o professor João Carlos Salles, da Faculdade de Filosofia, divulgar vídeo em que a filósofa Marilena Chauí manifesta apoio à sua candidatura, o professor Nelson Pretto, da Faculdade de Educação, demonstra fôlego para enfrentar a corrida pela sucessão da professora Dora Leal.
Nelson Pretto divulgou Carta à Comunidade Acadêmica, nesta segunda (24), em defesa da autonomia universitária, democracia, transparência, controle social e participação coletiva.
De acordo com as regras do processo sucessório, a comunidade acadêmica vai compor uma lista tríplice que será votada, em 12 de junho, para escolha do novo reitor. O resultado da votação será enviado para o MEC que tradicionalmente acolhe o mais votado.
Confira a íntegra da Carta à Comunidade, do Professor Nelson Pretto.
‘Após longo processo de diálogo e consulta a colegas, professores, técnico-administrativos, estudantes e representantes de diversos movimentos sociais, aceitei a convocação para participar do pleito eleitoral, como candidato a Reitor para o próximo quadriênio (2014-2018).
É minha trajetória acadêmica, administrativa, política e militante, na UFBA e fora dela, que me impulsionou, com alegria, a assumir essa candidatura. Trago comigo uma imensa disposição para debater ideias, trocar experiências e edificar propostas de gestão capazes de reencantar a comunidade universitária, fazendo da nossa UFBA um lugar bom de estudar, pesquisar e trabalhar. Ou seja, um espaço público da cultura, com desenvolvimento científico, formação profissional e elaboração política.
Desde o momento em que apresentamos a candidatura, temos trabalhado de forma aberta e coletiva nos pontos centrais do programa de gestão, tendo como princípios a defesa intransigente da autonomia universitária, democracia, transparência, controle social e participação coletiva. Mas temos que ir muito além. Não podemos abrir mão da centralidade da cultura na sociedade contemporânea, da história como matriz da produção do conhecimento e de uma UFBA altiva.
Iniciei a minha vida universitária como professor da UFBA em 1978 e, desde então, atuei de forma intensa e socialmente implicada, tendo clareza de que a indissociabilidade entre pesquisa, ensino e extensão está para além do quanto prescreve a Constituição (Magna e do ethos universitário). Trata-se de um fazer cotidiano, o que, a um só tempo, busquei realizar com qualidade acadêmica e compromisso social.
A pesquisa e a inovação precisam estar fortemente articuladas a uma produção de conhecimento que considere os múltiplos saberes, em uma UFBA que compreenda a importância de vivenciar sua dinâmica consoante a diversidade cultural da sociedade. Nosso propósito é fortalecer uma articulação de campos e sujeitos, para que as diferenças, além de aceitas e respeitadas, sejam também enaltecidas.
Trabalharemos sempre na perspectiva da valorização do trabalho docente e dos servidores técnico-administrativos, bem como para que a formação dos nossos estudantes não se limite às salas de aulas, mas compreenda todos os espaços universitários. Sigo confiante que é a força jovem que impulsiona todos os processos.
Conto com a sua disposição para discutir a nossa Universidade. Vamos escrever mais esse capítulo e assumir o destino da UFBA’. ”
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