Ato de lançamento da Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão será no dia 19 (terça)
12 de Abril de 2011, 0:00 - sem comentários aindaNa terça (19/04) acontecerá o ato de lançamento da Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e o Direito à Comunicação com Participação Popular, no Auditório Nereu Ramos, Câmara dos Deputados, a partir das 14h. O ato contará com a presença de parlamentares e representantes de organizações da sociedade civil que discutem o tema.
A Frente é uma iniciativa de membros da Câmara dos Deputados, em parceria com entidades da sociedade civil, que visa a promover, acompanhar e defender iniciativas que ampliem o exercício do direito humano à liberdade de expressão e do direito à comunicação. Para a deputada Luiza Erundina, propositora da Frente, a criação deste espaço de articulação, que agrega parlamentares e organizações da sociedade civil, é de suma importância para que a liberdade de expressão e a própria democracia se consolidem no Brasil.
As organizações da sociedade civil envolvidas no processo de construção da Frente lançaram várias convocatórias, chamando outras entidades para participarem do ato e para aderirem à Frente. Em uma das convocatórias, as entidades argumentam que o ano de 2011 será decisivo para a democratização das comunicações no país, por conta da proposta de novo marco regulatório das comunicações que deve ser encaminhado ao Congresso pelo Ministério das Comunicações e por conta dos debates sobre o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), que pretende massificar o acesso a internet.
“Precisamos somar forças no parlamento, onde será necessário muita mobilização e pressão para aprovar as alterações nas leis da comunicação a nosso favor. Assim, convocamos as entidades e as cidadãs e cidadãos à somarem esforços com os/as parlamentares que defendem a democracia nas comunicações para o lançamento da Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e Direito à Comunicação com Participação Popular no dia 19 de abril”, convocam as entidades que estão se mobilizando para o ato.
No ato, além da aprovação do manifesto e do estatuto da Frente, deverá também ser escolhida a coordenação, que será formada por deputados/as e representantes de organizações da sociedade civil que compõem a Frente.
Como surgiu
A idéia de criar a Frente partiu da deputada Luiza Erundina (PSB/SP) quando, em abril de 2010, no lançamento da Altercom (Associação Brasileira de Empresas e Empreendedores da Comunicação), entidade formada por representantes de veículos alternativos de comunicação e blogueiros, ela informou que iria articular a criação de uma frente parlamentar com a finalidade de discutir, acompanhar e propor iniciativas com vistas à democratização da comunicação. Ainda em 2010, Erundina colhe assinaturas de deputados/as que se comprometem a constituir um núcleo inicial de criação da Frente. No início dessa legislatura, em 2011, com o apoio do deputado Emiliano José (PT/BA), a criação da Frente volta a ser discutida e deputados/as e organizações da sociedade civil passam a reunir-se periodicamente para encaminhar as providências para constituição formal da Frente junto à Câmara dos Deputados.
Atualmente, além da deputada Luiza Erundina e do deputado Emiliano José outros parlamentares também trabalham pela criação da Frente, como o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), a deputada Luciana Santos (PCdoB/PE) e o deputado Paulo Pimenta (PT/RS), que formam a coordenação provisória da Frente.
Lançamento da Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e o Direito à Comunicação com Participação Popular
Data: 19/04/2011 (terça)
Hora: 14h
Local: Auditório Nereu Ramos, Subsolo do Anexo II, Câmara dos Deputados
Banda Larga é um direito seu! Junte-se a nós!
4 de Março de 2011, 0:00 - sem comentários aindaNo dia 14 de março, às 16 horas na sede do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo, as entidades envolvidas em torno da campanha Banda Larga é um Direito Seu! Uma ação pela Internet barata, de qualidade e para todos, realizarão uma reunião para preparar os próximos passos do movimento.
São muitos os desafios e debates que envolvem o acesso à banda larga e sua plena utilização no Brasil. O Plano Nacional de Banda Larga nasceu com o objetivo de reverter a atual situação de uma Internet cara, lenta e para poucos, mas é insuficiente para isso, e sofre com a pressão das empresas de telecomunicações, que ameaçam seus objetivos.
É indispensável que a sociedade se mobilize congregando movimentos sociais, ativistas pela internet livre, pontos de cultura, organizações do movimento de cultura e de comunicação e todos e todas interessados na luta pelo reconhecimento da banda larga como um direito, devendo ser universalizada e pautada no interesse público. Tal universalização é condição essencial à efetivação de direitos humanos fundamentais e ao aprofundamento da democracia brasileira.
Com este objetivo a campanha começou a se articular em 2010, e reúne reivindicações essenciais a este processo. As ações do PNBL estão caminhando sem esta contribuição organizada, por vezes apontando na direção contrária do que defendem os movimento sociais e de luta pela democratização da comunicação. A proposta da campanha é montar uma vigília permanente, congregando todas as contribuições, na defesa de uma Internet barata, de qualidade e para todos!
Nesta reunião, marcada para 14 de março, as entidades irão realizar o planejamento das próximas etapas da campanha, como uma ação nacional de lançamento, com atividades simultâneas em várias capitais.
A Campanha, bem como seu manifesto, estão aberto às adesões das entidades que queiram se juntar a esta iniciativa em defesa da inclusão digital
1) Contribua com o Manifesto, ainda em versão preliminar e disponível aqui. Se preferir, encaminhe seus comentários para o e-mail campanhabandalarga@gmail.com
2) Participe da próxima reunião de organização da campanha: dia 14/03 (segunda-feira), às 16hs, no Conselho Regional de Psicologia de São Paulo (Rua Arruda Alvim, 89 – próximo a Cardeal Arcoverde e Dr. Arnaldo)
3) Confirme a adesão da sua entidade (ou individual) pelo e-mail campanhabandalarga@gmail.com. A única condição é concordar com o manifesto.
26/02/2011: Apresentação da Campanha
25 de Fevereiro de 2011, 0:00 - sem comentários aindaNeste sábado, 26 de fevereiro, às 17h, no Sindicato dos Bancários de São Paulo, entidades da sociedade civil farão a apresentação da campanha logo após o seminário promovido pelo Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé “Internet: Acesso Universal e Liberdade da Rede”.
A campanha vem sendo construída desde 2010 e conta com a participação de entidades como o Intervozes, o Instituto de Defesa do Consumidor – Idec e o Centro de Estudos Barão de Itararé. O lançamento do Programa Nacional de Banda Larga trouxe à mobilização relevância ainda maior, no sentido de pressionar para que as políticas públicas adotadas pelo governo estejam em sintonia com as necessidades de um Brasil mais desenvolvido e democrático.
“O atual cenário da banda larga no Brasil está longe de atender às necessidades dos consumidores”, coloca Veridiana Alimonti, advogada do Idec. “O serviço caro, lento e inacessível à maior parte da população é o retrato de um mercado concentrado que não deu conta de responder à essencialidade da internet”. Com base nisto, complementa a advogada, “a banda larga de qualidade deve ser reconhecida como direito fundamental. O PNBL pode avançar na competição, mas peca ao não prever a prestação deste serviço em regime público”.
Para João Brant do Coletivo Intervozes, outra entidade que participa da campanha, “é um engano pensar que a universalização da banda larga vai se dar naturalmente, como se fosse apenas uma questão de tempo. Se não houver ações efetivas do poder público, uma grande parte da população estará alijada de uma internet rápida, de qualidade, seja por razões técnicas, econômicas ou culturais”.
“A internet tem sido um fator importante para promover maior diversidade e pluralidade na comunicação”, afirma Renata Mielli, do Centro de Estudos Barão de Itararé. “Lutar para que o acesso à rede seja universalizado, acabando com a exclusão digital, e defender a liberdade de expressão são bandeiras estratégicas de todos que lutam por uma comunicação e uma sociedade mais democráticas.”
Segundo a secretária-geral do Centro Barão de Itararé, “é preciso que as pessoas tomem conhecimento dos ataques que a internet está sofrendo e se mobilizem contra tais iniciativas, no Brasil e no mundo. Ao lado disso, é preciso exigir do Estado políticas públicas de acesso a internet — barata, de qualidade e para todos”.
Manifesto
No dia 26, durante a apresentação da campanha, as entidades divulgarão o manifesto com suas principais reivindicações para que o direito à Banda Larga se efetive no Brasil.
Sobre o Seminário “Internet: Acesso Universal e Liberdade da Rede”
Promovido pelo Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, o objetivo é discutir, em duas mesas, os principais desafios que o Brasil deve enfrentar para garantir uma internet rápida, barata e de qualidade para todos, com liberdade de expressão. A primeira mesa, “A Luta por uma Internet Livre e os Ataques Conservadores à Rede”, contará com a presença do jornalista Luis Nassif, dos professores Sérgio Amadeu e Marcos Dantas, e da deputada federal Manuela D’Ávila.
Já a mesa da tarde, “O Plano Nacional de Banda Larga e a Luta pela Universalização da Internet no Brasil”, terá como debatedores Rogério Santanna — que detalhará os planos da Telebrás para a área —, Percival Henrique, da Associação Nacional pela Inclusão Digital e membro do Conselho Gestor da Internet no Brasil, e da jornalista Renata Mielli (Barão de Itararé).
Serviço: Seminário “Internet: Acesso Universal e Liberdade da Rede”.
Local: Sindicato dos Bancários – Rua São Bento 413 – Ed. Martinelli
Horário: 9 horas.
Inscrições no local: R$ 20,00
A apresentação da Campanha está prevista para 17 horas. Os que comparecerem apenas para esta atividade não pagam inscrição.
Carta publicada na época do lançamento do PNBL
20 de Janeiro de 2011, 0:00 - sem comentários aindaPlano Nacional de Banda Larga: importante, mas não suficiente
A proposta do Plano Nacional de Banda Larga anunciada no dia 5 de maio marca o reconhecimento do Estado em relação à necessidade urgente de ações do poder público para enfrentar a grave desigualdade existente hoje no que diz respeito às condições de acesso à banda larga no país.
As organizações da sociedade civil abaixo-assinadas saúdam a iniciativa e reconhecem as medidas ali contidas, inclusive o fortalecimento da Telebrás, como um passo importante – ainda que não suficiente – para a democratização do acesso. Entendemos que qualquer política pública para banda larga deve estar baseada na garantia da universalização, da qualidade e da continuidade do serviço, promovendo a acessibilidade econômica a partir do reconhecimento das desigualdades sociais, de gênero e étnico-raciais do país.
Mais do que um simples serviço, a internet é uma rede que integra diferentes modalidades de serviços e funciona como um espaço de convergência de distintas perspectivas sociais, culturais, políticas e econômicas. O acesso à internet em alta velocidade é hoje essencial para a efetivação dos direitos humanos e da democracia e para a realização plena da diversidade cultural brasileira, ao possibilitar a afirmação das identidades locais e regionais e o intercâmbio entre as diferentes culturas.
A despeito de sua importância estratégica, o acesso à banda larga no Brasil é hoje limitado a 20% das residências. O serviço é caro e ruim, como indica o alto número de reclamações a entidades de defesa do consumidor. Dados da União Internacional de Telecomunicações mostram que, em 2009, os custos com acesso à banda larga representaram em média 4,58% da renda per capita do brasileiro, valor altíssimo em comparação a países de realidade similar. Os dados demonstram que o modelo atual, baseado unicamente nas regras de mercado, não dá conta de responder às necessidades do país.
Reconhecemos como positiva a implementação de um processo permanente e salientamos a necessidade da participação ativa da sociedade civil no acompanhamento e fiscalização da execução do Plano. Neste processo, é fundamental que sejam reconhecidas as articulações em curso, como o desenvolvimento do marco civil da Internet e a reforma da Lei de Direitos Autorais e o acúmulo de debates prévios em espaços participativos, especialmente nas Conferências Nacionais de Comunicação e Cultura e no Fórum de Cultura Digital. Com referência neste acúmulo, entendemos que o Plano deve se basear nas seguintes diretrizes:
1. Considerar o acesso à internet banda larga como um direito fundamental e um serviço público, a ser garantido pelo Estado e prestado em regime público, por empresas e entidades públicas e privadas;
2. Garantir a universalização do acesso residencial à banda larga, na perspectiva de efetivar o direito à comunicação, com a oferta do serviço em condições acessíveis para o conjunto da população;
3. Estabelecer controle sobre as tarifas de modo a tornar viável o acesso a toda população, garantindo a gratuidade do serviço sempre que necessário e a não discriminação de tarifas entre os usuários;
4. Promover a concorrência efetiva entre operadoras na prestação de serviços, inclusive por meio do provimento direto por empresas públicas e da parceria destas com pequenos provedores, garantindo acesso não discriminatório e competitivo à infraestrutura das operadoras;
5. Definir políticas integradas entre União, estados e municípios de modo a otimizar o uso da infraestrutura física e lógica e viabilizar a ampliação da oferta pública de banda larga com o uso de diferentes tecnologias, inclusive por meio da reserva de espaço eletromagnético livre de licenças para aplicações comunitárias;
6. Proporcionar espaços de acesso público e comunitário gratuito e sem restrições quanto ao tipo de uso, inclusive por meio do fomento a redes abertas;
7. Determinar parâmetros obrigatórios de continuidade e qualidade do serviço, em especial em relação à velocidade de acesso e ao dever de informação ao consumidor;
8. Proteger o direito à liberdade de expressão, à privacidade, à proteção de dados pessoais, à neutralidade de rede de todos os usuários e usuárias e à acessibilidade de pessoas com deficiência;
9. Estimular o uso da rede para produção, compartilhamento e distribuição de conteúdo informativo e cultural, visando à democratização da comunicação e da cultura;
10. Implementar políticas públicas de promoção da cultura digital e estímulo ao uso da rede para fins educacionais, científicos e culturais;
11. Fortalecer instrumentos de regulação e fiscalização por parte do poder público, com ampliação da participação social, garantia de independência em relação aos agentes de mercado e capacidade
de atuação rápida e eficaz;
12. Promover a inovação com base em uma política de fomento à pesquisa e ao desenvolvimento de tecnologia nacional para hardwares e softwares livres.
Acreditamos que a observação desses princípios e diretrizes pode garantir uma política de banda larga efetivamente inclusiva e sustentada no interesse público.
Brasília, 7 de maio de 2010